Pesquisadores do Walter and Eliza Hall Institute of Medical Research (WEHI), da Austrália, conseguiram provar que os mesmos marcadores que levam ao envelhecimento do timo, uma das principais glândulas do sistema imune, são os responsáveis pela queda de desempenho das defesas do nosso corpo. Isso significa que o sistema imunológico se degrada mais rápido do que se imaginava.

Órgão vai atrofiando até desaparecer por completo

De acordo com a equipe, o timo é o principal produtor das células T e é diretamente impactado pelo processo de envelhecimento. Quando isso acontece, o seu espaço (localizado atrás do esterno, no centro da caixa torácica) é substituído por um depósito de gordura.

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Esse enfraquecimento do órgão torna mais difícil para o corpo humano lidar com novas infecções, cânceres e regular a imunidade à medida que envelhecemos. Além disso, o timo passa a produzir cada vez mais células atípicas que formam aglomeradas ao redor do órgão e acabam acelerando a perda de funcionalidade dele.

Timo é uma das principais glândulas do sistema imune (Imagem: Cinefootage Visuals/Shutterstock)

Estas células, chamadas de aaTECs, formam cicatrizes que são irreparáveis naturalmente. Quanto mais se proliferam, mais o órgão vai deixando de ser capaz de produzir as células T e, com o passar do tempo, se atrofia até ser completamente substituído por gordura.

As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature Immunology.

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Com o passar do tempo, corpo perde capacidade de se defender (Imagem: Shutterstock.AI Generator/Shutterstock)

Queda na imunidade

  • Até agora, os médicos acreditavam que a atrofia levava à perda da função.
  • No entanto, este novo estudo indica que a queda da imunidade é anterior à diminuição de tamanho do timo.
  • Os resultados foram fruto em duas pesquisas combinadas.
  • A primeira explorou novas técnicas de tomografia computadorizada que permitiram ver a degeneração do timo ao comparar voluntários de diferentes idades.
  • A outra acompanhou a deterioração do órgão ao longo da vida de ratos em laboratório para avaliar o comprometimento do timo e, simultaneamente, das defesas corporais.
  • De acordo com os pesquisadores, a descoberta pode ajudar a melhorar o tratamento de pessoas mais velhas ao focar em terapias que consigam estimular a regeneração do timo e aumentar a produção de células de defesa do corpo.
  • Agora, os cientistas querem buscar formas de fazer o corpo aumentar a função das células T à medida que envelhecemos.