Um antigo assentamento humano de cerca de 5 mil anos localizado na atual região norte da Escócia intriga os historiadores até hoje. O local possuía um sistema de esgoto encanado, uma tecnologia muito avançada para a época da Idade da Pedra, e desapareceu misteriosamente.

Skara Brae: a Pompeia da Escócia e Patrimônio da Humanidade

  • Mais velha do que Stonehenge ou do que a Grande Pirâmide de Gizé, a vila semi-subterrânea é conhecida como a Pompeia da Escócia devido a sua impressionante e conservada estrutura.
  • Oficialmente chamada de Skara Brae, ela foi descoberta em 1850 após uma forte tempestade revelar parte de suas construções.
  • Nos anos seguintes, outros quatro prédios foram desenterrados, mas os trabalhos foram abandonados em 1868, só sendo retomadas em 1927.
  • Antes disso, o local foi parcialmente saqueado em 1913 e novamente foi alvo de uma forte tempestade em 1924.
  • O assentamento é reconhecido como o vilarejo pré-histórico melhor preservado do Norte da Europa.
  • Em 1999, recebeu o título de Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
  • As informações são do UOL.
Cidade antiga de Skara Brae guarda muitos mistérios (Imagem: Bildgigant/Shutterstock)

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Local foi completamente abandonado por razão até hoje desconhecida

As várias décadas de estudos sobre o local revelaram que as casas da antiga cidade possuíam diversos móveis em pedra, como armários, cômodas, cadeiras e até caixas de armazenamento. Além disso, as residências possuíam uma pequena antessala com acesso a um dreno coberto de pedra que levava para fora do vilarejo. Acredita-se que estes espaços serviam como os banheiros cobertos mais antigos do Reino Unido, com os resíduos sendo escoados para longe das moradias em uma espécie de sistema de esgoto antigo.

Outra descoberta impressionante apontou que cada parede era coberta por duas camadas independentes e interconectadas de pedras, o que possibilitava o isolamento térmico. As camas eram feitas de rochas e as cobertas por peles de animais e plantas. As escavações ainda revelaram objetos pessoais dos escoceses pré-históricos, como dados de jogos, ferramentas manuais, cerâmicas, além de joias como colares, contas, pingentes e broches. Também havia pedras esculpidas que podem ter sido usadas em rituais religiosos.

As evidências sugerem que os moradores de Skara Brae eram fazendeiros, caçadores e pescadores, capazes de produzir utensílios e ferramentas de tecnologia rudimentar, além de objetos pessoais e de decoração sofisticados para a época. Nenhuma arma foi encontrada até hoje no local, um sinal de eles levavam uma vida pacífica.

Assentamento foi abandonado por razões ainda não descobertas (Imagem: LouieLea/Shutterstock)

Estudos dos anos 1970 apontaram que a vila chegou a cultivar cevada e que foi povoada por pelo menos 700 anos, entre 3.180 a.C. e 2.500 a.C. No entanto, foi completamente abandonada por uma razão até hoje desconhecida.

Uma das principais teorias é a de que uma enorme tempestade de areia tenha tomado as casas. Assim como aconteceu com Pompeia, os habitantes devem ter sido pegos de surpresa e fugido, já que muitos dos seus objetos mais preciosos foram deixados para trás. No entanto, outros cientistas acreditam que o processo de abandono do local tenha sido mais gradual. De qualquer forma, ninguém sabe ao certo o que aconteceu.