Hackers norte-coreanos roubam criptomoedas ao explorar falha desconhecida do Chrome

Grupo de hackers utilizou falha para atacar organizações e obter controle de sistemas, visando ativos digitais como criptomoedas
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Ignacio de Lima 30/08/2024 19h20
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(Imagem: Africa Studio/ Shutterstock)
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No início de agosto, um grupo de hackers norte-coreanos explorou uma vulnerabilidade até então desconhecida no navegador Chrome para atacar organizações e roubar criptomoedas, conforme relatado pela Microsoft e informado pelo TechCrunch.

Em um relatório divulgado nesta sexta-feira (30), a Microsoft revelou que os pesquisadores de segurança cibernética detectaram atividades dos hackers pela primeira vez em 19 de agosto. Os invasores são afiliados ao grupo conhecido como Citrine Sleet, que tem como alvo a indústria de criptomoedas.

Como foi o ciberataque norte-coreano usando o Chrome

  • O relatório explica que os hackers exploraram uma falha crítica no mecanismo central do Chromium, o código-fonte do Chrome e de outros navegadores, como o Microsoft Edge.
  • Esta falha foi uma vulnerabilidade de “dia zero”, o que significa que o Google não tinha conhecimento da falha e não pôde lançar uma correção antes que fosse explorada.
  • O Google corrigiu o bug dois dias depois, em 21 de agosto, segundo a Microsoft.
Hackers norte-coreanos visaram principalmente o roubo de criptomoedas – Imagem: Andy.LIU/Shutterstock

Scott Westover, porta-voz do Google, informou que a empresa não tinha mais comentários além de confirmar a correção do bug.

A Microsoft notificou “clientes visados e comprometidos”, mas não forneceu detalhes sobre as vítimas ou o número de organizações afetadas. Chris Williams, porta-voz da Microsoft, não revelou quantas organizações ou empresas foram impactadas.

O relatório descreve a Citrine Sleet como um grupo baseado na Coreia do Norte que se concentra em instituições financeiras e indivíduos que gerenciam criptomoedas para obter ganhos financeiros. O grupo utiliza técnicas de engenharia social para realizar reconhecimento extensivo da indústria de criptomoedas.

Os pesquisadores explicam que os hackers criam sites falsos disfarçados de plataformas legítimas de negociação de criptomoedas para distribuir aplicativos maliciosos ou enganar as vítimas a baixarem carteiras de criptomoeda comprometidas.

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Google não tinha conhecimento da falha no Chrome explorada pelos hackers – Imagem: Aleksandar Malivuk/Shutterstock

O grupo usa o malware trojan AppleJeus, desenvolvido por eles, para coletar informações e controlar os ativos de criptomoeda das vítimas.

O ataque começou quando os hackers enganaram uma vítima para visitar um domínio sob seu controle. Aproveitando outra vulnerabilidade no kernel do Windows, eles conseguiram instalar um rootkit — um malware com acesso profundo ao sistema operacional — no computador da vítima, ganhando controle total do sistema.

A criptomoeda tem sido um alvo valioso para os hackers patrocinados pelo governo norte-coreano. Um painel do Conselho de Segurança das Nações Unidas revelou que o regime roubou US$ 3 bilhões em criptomoedas entre 2017 e 2023. Com as sanções internacionais em vigor, o governo de Kim Jong Un recorre ao roubo de criptomoedas para financiar seu programa de armas nucleares.

Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia. Atualmente, é editor de Dicas e Tutoriais no Olhar Digital.