Neste domingo (1), Urano começa um processo pelo qual seu trânsito normal para o leste através do céu noturno é interrompido, mudando a trajetória para oeste. Evento que é popularmente conhecido como movimento retrógrado.

Para a astronomia, a designação mais adequada, no entanto, é “laço” retrógrado. Isso porque, durante o curso percorrido, o planeta parece formar um laço no céu.

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Composto de imagens espaçadas com cerca de 5 a 9 dias de diferença captadas em 2018, do fim de abril (inferior direito) até 5 de novembro (canto superior esquerdo), traça o movimento retrógrado de Marte, mostrando o “laço” que os planetas formam durante o movimento retrógrado. Imagem: NASA APOD/Tunc Tezel (TWAN)

De acordo com o guia de orientação astronômica In-The-Sky.org, a inversão de direção do gigante de gelo começará às 12h47 (pelo horário de Brasília). Ele, então, retoma o sentido habitual em 30 de janeiro de 2025.

Movimento retrógrado de Urano e demais planetas é apenas ilusório

O colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), explica que o movimento retrógrado dos planetas é apenas ilusório, sendo causado pelo curso da Terra em torno do Sol.

À medida que ela circunda o astro, nossa perspectiva muda. Isso faz com que as posições aparentes dos objetos celestes se alterem de um lado para o outro no céu, o que se sobrepõe ao movimento de longo prazo do planeta em direção ao leste através das constelações.

A animação abaixo ilustra isso, com a flecha mostrando a linha de visão da Terra para um planeta. Já o diagrama à direita mostra o aparentemente movimento do objeto através do céu pela nossa perspectiva de visão.

Animação ilustra o conceito de “ciclo retrógrado” dos planetas. Crédito: In-The-Sky.org

“Por estar em uma órbita mais interna e, consequentemente, mais rápida, a Terra ultrapassa Urano a cada 370 dias, aproximadamente. E quando isso acontece, ele parece estar caminhando no sentido contrário no céu por um certo período”, descreve Zurita, explicando que quanto mais longe do Sol, mais tempo o planeta passa em movimento retrógrado.