Nova tecnologia é capaz de identificar autismo com 95% de precisão

Através de imagens do cérebro e do uso de modelagem matemática é possível detectar marcadores genéticos que indiquem o autismo
Alessandro Di Lorenzo02/09/2024 10h34
autismo-1-1920x1080
Imagem: Nikosnikossss/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Pesquisadores da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo sistema que promete facilitar e melhorar o processo de identificação do autismo em pacientes. A tecnologia analisa imagens do cérebro e usa modelagem matemática para detectar marcadores genéticos que confirmem a existência da condição.

Variações no cérebro podem indicar presença do autismo

De acordo com a equipe, tudo se baseia em um fenômeno conhecido como “variações do número de cópias”, no qual segmentos do código genético são deletados ou duplicados. Eles explicam que essas variações estão ligadas ao autismo e que o índice de precisão do sistema pode chegar a até 95%.

quebra cabeça espalhado e nome autismo em inglês em blocos de madeiras em letras separadas
Método pode facilitar a identificação do autismo (Imagem: Pexels)

Usando equações matemáticas os cientistas então conseguem criar novas imagens para visualização e análise posterior. Em seguida, um conjunto diferente de métodos matemáticos entra em ação e analisa informações associadas a variações genéticas relacionadas ao autismo.

Este mapeamento permite distinguir as variações biológicas normais na estrutura cerebral daquelas associadas a deleções ou duplicações. Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Science Advances.

Leia mais

Novo método busca sinais do autismo no cérebro (Imagem: SewCreamStudio/Shutterstock)

Descobertas podem ser usadas para criar novas terapias

  • Durante o trabalho, os pesquisadores usaram dados de participantes do Projeto Simons Variation in Individuals, um grupo de indivíduos com variação genética ligada ao autismo.
  • Segundo eles, as descobertas podem ajudar a “identificar mudanças localizadas na morfologia cerebral ligadas a variações possam apontar para regiões cerebrais e, eventualmente, mecanismos que possam ser usados para terapias”.
  • Pesquisas anteriores já confirmaram a existência de uma relação entre a condição e o cérebro.
  • Uma destas descobertas apontou que macrocefalia (aumento do cérebro) pode intensificar os sinais de autismo. 
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.