Terremotos podem formar pepitas de ouro gigantes, diz estudo

Pesquisadores descobriram como os terremotos desencadeiam o processo capaz de formar enormes pepitas de ouro
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 03/09/2024 11h10
pepita-de-ouro-1-1920x1080
Imagem: Aleksandrkozak/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um mistério que intriga os pesquisadores há décadas finalmente foi revelado por um novo estudo. Pesquisadores descobriram como os terremotos desencadeiam o processo capaz de formar enormes pepitas de ouro.

Formação das pepitas

  • A equipe explica que o ouro se forma naturalmente no quartzo, segundo mineral mais abundante na crosta terrestre depois do feldspato.
  • Mas, ao contrário de outros tipos de depósitos do material, aqueles encontrados no quartzo geralmente se agrupam em pepitas gigantes.
  • Essas pepitas flutuam no meio do que os geólogos chamam de veios de quartzo, que são rachaduras em rochas ricas do material e que periodicamente são bombeadas cheias de fluidos hidrotermais das profundezas da crosta.
  • Até agora, os cientistas não sabiam, no entanto, o que causava a formação de pepitas tão grandes.
  • As informações são do Live Science.
Terremotos têm ligação com o processo de formação das pepitas gigantes (Imagem: DestinaDesign/Shutterstock)

Leia mais

O papel dos terremotos no processo

Os fluidos hidrotermais carregam átomos de ouro das profundezas e os liberam através de veios de quartzo. Isso significa que o ouro deve, teoricamente, se espalhar uniformemente nas rachaduras, em vez de se concentrar em pepitas. Esses grandes materiais formados são excepcionalmente valiosos e representam até 75% de todo o ouro já extraído do mundo.

Duas pistas ajudaram os pesquisadores a resolver o mistério. A primeira foi que as maiores pepitas ocorrem em depósitos de ouro orogênicos, que se formam durante terremotos. A segunda foi que o quartzo é um mineral piezoelétrico, o que significa que cria sua própria carga elétrica em resposta ao estresse geológico, como o estresse gerado por terremotos.

Os cientistas descobriram que os terremotos fraturam as rochas e forçam os fluidos hidrotermais para dentro dos veios de quartzo, enchendo-os com ouro dissolvido. Em resposta ao estresse dos sismos, os veios de quartzo geram simultaneamente uma carga elétrica que reage com o ouro, fazendo com que ele precipite e solidifique.

Pepita de ouro (Imagem: Phawat/Shutterstock)

Para testar essa ideia, a equipe simulou o efeito de um terremoto em cristais de quartzo em laboratório. Eles submergiram os cristais em um líquido contendo ouro e replicaram ondas sísmicas para gerar uma carga piezoelétrica.

O experimento confirmou que, sob estresse geológico, o quartzo pode produzir uma voltagem grande o suficiente para precipitar o ouro da solução. A simulação também mostrou que o ouro se solidifica preferencialmente em cima dos depósitos de ouro existentes em veios de quartzo, o que ajuda a explicar a formação de grandes pepitas de ouro.

Os resultados do estudo, no entanto, não dão aos geólogos e empresas de exploração novas pistas sobre onde minerar pepitas de ouro. Por outro lado, agora será possível reproduzir grandes pepitas em laboratório.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

Ícone tagsTags: