Eleitores na capital do estado americano de Wyoming, Cheyenne, decidiram que a prefeitura da cidade ficará entre o atual prefeito, Patrick Collins, e o candidato Ryan Coppinger. Só que, nas eleições primárias que decidiram que o posto ficará entre os dois, os eleitores tiveram uma opção incomum: um candidato a prefeito que prometeu permitir que um bot de inteligência artificial (IA) governasse a cidade.

Victor Miller, candidato a prefeito de Cheyenne, surpreendeu ao anunciar que, caso fosse eleito, governaria com o apoio de um bot de IA personalizado chamado Vic (Virtual Integrated Citizen). Miller afirma que o bot é capaz de processar grandes volumes de dados e tomar decisões imparciais, propondo o que ele define como uma “abordagem híbrida” para a administração pública.

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vista aérea da cidade de Cheyenne, Wyoming
Vista aérea do centro de Cheyenne, capital do estado de Wyoming. (Imagem: Jacob Boomsma / Shutterstock.com)

Desafios legais e éticos da candidatura da IA

A proposta de Miller enfrentou resistência, incluindo uma investigação iniciada pelo secretário de Estado de Wyoming, Chuck Gray, que questionou a legalidade de incluir o bot na cédula eleitoral. Gray argumentou que apenas eleitores registrados poderiam concorrer a cargos públicos no estado.

No entanto, as autoridades locais decidiram que Miller era o candidato oficial, mesmo com o uso do bot em sua campanha.

ilustração de uma cidade
Como o candidato é o humano, e não a IA em si, a candidatura de Victor Miller foi mantida. (Imagem: Henvry / iStock)

Victor Miller ficou em quarto lugar na eleição primária, com um total de 327 votos, cerca de 3% dos votos. Patrick Collins liderou a disputa com 6.286 (57%), seguido de Ryan Coppinger, com 2.787 (25%). Collins e Coppinger seguem agora para as eleições gerais, que acontecem em novembro.

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Reação da comunidade e implicações futuras

  • Apesar da controvérsia, Miller insistiu que Vic tomaria todas as decisões caso ele fosse eleito.
  • Sua proposta trouxe à tona debates sobre o papel da tecnologia na governança e as possíveis implicações de se depender de uma IA para decisões que afetam toda uma comunidade.
  • A campanha de Miller é parte de uma crescente tendência de envolvimento de IA em processos que anteriormente eram exclusivamente humanos.
  • Esta questão levanta questões éticas e legais que ainda precisam ser completamente exploradas.
  • Não será desta vez que uma IA governará uma cidade, mas isto pode estar cada vez mais perto de virar realidade.