Centenas de cidades registram umidade abaixo do deserto do Saara no Brasil

Combinação de onda de calor com seca histórica vem causando recordes de baixa umidade do ar em mais de 200 cidades do país
Gabriel Sérvio04/09/2024 16h30, atualizada em 04/09/2024 17h36
Solo rachado com sol quente brilhando
(Imagem: Alessandro Di Lorenzo feito com DALL-E/Olhar Digital)
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Mais de 200 cidades registraram nível de umidade do ar mais baixo que o deserto do Saara nesta terça-feira, 3 de setembro. O dado alarmante foi divulgado pelo Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia.

A má notícia é que a previsão para os próximos dias não é nada animadora. Confira o que está causando o problema que afeta grande parte do Brasil.

Falta de chuva e muito calor

  • Apesar de ainda estarmos no último mês de inverno, setembro começou com onda de calor e temperaturas nas alturas;
  • Termômetros em cidades do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por exemplo, chegaram a marcar 40 °C;
  • Se não bastasse o calorão, o Brasil também enfrenta a pior seca desde 1950;
  • É justamente essa combinação de calor e falta de chuva que derrubou a umidade do ar, simulando o mesmo cenário visto em desertos.
calor
(Imagem: shutterstock/Marc Bruxelle)

Para efeito de comparação, a umidade do ar costuma ficar entre 14% a 20% no deserto do Saara, no norte da África. Segundo o Inmet, 244 municípios brasileiros ficaram abaixo da marca (dez delas com índice de apenas 7%).

No deserto do Saara, por exemplo, no norte da África, a umidade do ar varia de 14% a 20%. No Brasil, 244 cidades registraram índices menores ou iguais a esse nesta terça-feira.

As cidades com umidade do ar mais baixa no Brasil

Cinco municípios de São Paulo aparecem em destaque no “top 15” do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A cidade de Barretos (SP), por exemplo, ficou perto de bater o deserto mais seco do mundo, o do Atacama, no Chile, onde já foi registrada umidade de 5%.

  • BARRETOS (SP) – 7%
  • GAMA (PONTE ALTA, DF) – 7%
  • GOI NIA (GO) – 7%
  • ITUIUTABA (MG) – 7%
  • LUZIANIA (GO) – 7%
  • MARILIA (SP) – 7%
  • MORRINHOS (GO) – 7%
  • PARANAÍBA (MS) – 7%
  • TRES LAGOAS (MS) – 7%
  • TUPA (SP) – 7%
  • CAMPINA VERDE (MG) – 8%
  • CASSILANDIA (MS) – 8%
  • CRISTALINA (FAZENDA SANTA MÔNICA, GO) – 8%
  • JALES (SP) – 8%
  • LINS (SP) – 8%
América do Sul vista do espaço
Brasil enfrenta pior seca da sua história. (Imagem: Crazy Owl Productions/Shutterstock)

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Os dados são de estações de monitoramento do Inmet instaladas em todas as regiões do Brasil. O instituto também emitiu sinal vermelho para Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal para os próximos dias. É esperado que a umidade permaneça abaixo de 12%.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.