Uma nova pesquisa publicada no New England Journal of Medicine revela que um exame de sangue mais abrangente pode prever o risco de doenças cardíacas em mulheres com até 30 anos de antecedência.
Tradicionalmente, a avaliação de risco cardiovascular tem se baseado principalmente nos níveis de colesterol LDL, o chamado colesterol “ruim”. No entanto, este novo estudo sugere que essa abordagem pode ser insuficiente, já que não considera outros fatores importantes e frequentemente silenciosos.
A pesquisa, lideradA pelo Dr. Paul Ridker, diretor do Centro de Prevenção de Doenças Cardiovasculares do Brigham and Women’s Hospital, identificou dois biomarcadores adicionais cruciais: lipoproteína (a) [Lp(a)], um tipo de gordura no sangue, e a proteína C-reativa (PCR), um indicador de inflamação.
A combinação desses marcadores, juntamente com o colesterol LDL, oferece visão mais precisa do risco de doenças cardíacas, como ataques cardíacos, derrames e doença cardíaca coronária.
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Outros detalhes do estudo
- Os pesquisadores analisaram dados de quase 30 mil mulheres participantes do Estudo de Saúde da Mulher, com idades médias de 55 anos, acompanhadas por 30 anos;
- Aproximadamente 13% das participantes sofreram eventos cardíacos significativos durante o estudo;
- Os resultados indicaram que níveis elevados de LDL, Lp(a) e PCR foram associados a aumento considerável no risco de doenças cardíacas;
- Mulheres com os níveis mais altos desses marcadores tinham 1,5 vezes mais probabilidade de sofrer derrame e acima de três vezes mais probabilidade de desenvolver doença cardíaca coronária.
Embora o estudo tenha focado em mulheres, Ridker acredita que os achados são aplicáveis a homens também. A pesquisa foi destacada no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia 2024, em Londres (Inglaterra).
Ridker enfatiza que, ao incluir múltiplos biomarcadores, os médicos podem obter compreensão maior dos riscos individuais de doenças cardiovasculares e, portanto, melhorar diagnóstico e tratamento, especialmente para grupos que tradicionalmente têm sido subdiagnosticados, como as mulheres.
