Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Yale revelou que a combinação de doenças como Alzheimer e condições vasculares, como a hipertensão, pode elevar significativamente o risco de comprometimento cognitivo.

A pesquisa analisou um banco de dados de 467 participantes com 60 anos ou mais, de testes realizados entre 2010 e 2015.

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Os pesquisadores identificaram dois biomarcadores críticos para o comprometimento cognitivo: a hiperintensidade da substância branca e o acúmulo de placas amiloides no cérebro.

A hiperintensidade da substância branca, detectada por ressonância magnética, indica danos a pequenos vasos sanguíneos, frequentemente associados à pressão alta. Já as placas amiloides, que são características da doença de Alzheimer, são avaliadas através da proporção de peptídeos no sangue que correlacionam com os níveis de beta-amiloide no cérebro.

O que o estudo descobriu sobre o declínio cognitivo

  • Os resultados do estudo mostraram que participantes com altos níveis de ambos os biomarcadores apresentaram o maior risco de desenvolvimento de comprometimento cognitivo.
  • Em comparação, aqueles com baixos níveis de ambos os fatores tinham o menor risco.
  • Especificamente, a taxa de comprometimento cognitivo foi de 22,6% entre os participantes com altos níveis de hiperintensidade da substância branca e beta-amiloide, em contraste com 5,3% entre aqueles com baixos níveis de ambos.
Médico apontando com caneta para chapa de ressonâncias cerebrais
Estudo foi capaz de identificar quando pacientes podem ter mais disposição de desenvolver declínio cognitivo (Imagem: Triff/Shutterstock)

Dr. Adam de Havenon, principal autor do estudo, destacou que a combinação desses fatores de risco resulta em um impacto multiplicativo sobre o comprometimento cognitivo, indicando que ambos devem ser considerados na pesquisa e no tratamento.

Ele observou que muitos estudos focam isoladamente na doença de Alzheimer ou em problemas vasculares, mas a maioria dos pacientes experimenta uma mistura de ambos.

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Descobertas do estudo podem levar a tratamentos mais eficazes para doenças cerebrais (Imagem: Elif Bayraktar/Shutterstock)

Para melhorar a compreensão e o tratamento desses fatores, é essencial conduzir ensaios clínicos que abordem tanto a beta-amiloide quanto a hipertensão, com inclusão de diversidade racial e socioeconômica.

A equidade na saúde é crucial para prevenir o agravamento das desigualdades relacionadas à demência, especialmente para populações carentes que enfrentam maiores desafios no acesso a cuidados e tratamentos adequados.

A pesquisa sugere que tratamentos eficazes para ambos os fatores de risco podem ajudar a reduzir as disparidades de saúde e melhorar a qualidade de vida para todos os grupos afetados pela demência.