Aneel refaz cálculos e aumento na conta de luz será menor

Aumento na conta de luz dos brasileiros está mantido, mas o valor adicional na tarifa será reduzido quase pela metade
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 05/09/2024 12h05
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Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) havia informado a adoção da bandeira vermelha patamar 2 para o mês de setembro (saiba mais clicando aqui). Agora, após uma revisão, anunciou a mudança para o nível 1, o que significa que o aumento na conta de luz dos brasileiros será menor.

Adicional R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora (kWh)

  • Segundo a agência, houve correção de informações do programa Mensal de Operação (PMO) de responsabilidade do Operador Nacional do Sistema (ONS).
  • Com a alteração, a Aneel solicitou a avaliação das informações e o recálculo de dados.
  • Além disso, a diretoria da entidade informou que serão “instaurados processos de fiscalização para auditar os procedimentos dos agentes envolvidos na definição do PMO e cálculo das bandeiras”.
  • A mudança significa que a cobrança adicional na conta de luz será em um valor menor do que o anunciado anteriormente.
  • A bandeira vermelha patamar dois corresponde a um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
  • Já o nível um prevê um adicional R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora (kWh).
Usinas hidrelétricas têm sido muito usadas, o que, junto à seca, fez níveis dos reservatórios reduzirem de forma muito rápida (Imagem: Evgeny_V/Shutterstock)

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Aumento da conta de luz é causado pelo cenário de seca

A bandeira tarifária encarece a conta de luz em períodos de pouca chuva e muito consumo de energia com o objetivo de desestimular o desperdício. O dinheiro vai para uma conta específica do governo e pode ser usado em ações para mitigar a crise hídrica, por exemplo.

Esta foi a primeira vez em três anos que a Aneel acionou bandeira vermelha. A última vez que isso aconteceu foi em agosto de 2021, durante uma grave crise hídrica.

Visão aérea de rio seco na Amazônia, com galpões na sua margem
Rios da Amazônia registram níveis abaixo da média histórica (Imagem: Rafa Neddenmeyer/Agência Brasil)

O que acontece agora é que o Brasil enfrenta a pior seca da sua história. As usinas hidrelétricas têm sido muito usadas e, em meio ao período de estiagem, com chuvas abaixo da média, os reservatórios esvaziaram mais rápido, o que levou ao acionamento de termelétricas.

De acordo com analistas, a adoção da bandeira vermelha deve ser mantida até pelo menos o mês de novembro. É neste período que se espera que a seca que afeta o país de forma quase generalizada dê uma trégua.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.