Imagem: Shutterstock/Nomad_Soul
Imagine acordar com a sensação de que sua cabeça está prestes a explodir. Deve ser, no mínimo, desesperador, não é? Apesar de parecer estranho, relatos como esse não são incomuns. A síndrome da cabeça explosiva (EHS), como é chamada essa condição, ainda é pouco conhecida, mas já afeta uma parte considerável da população.
Um dos primeiros a experimentar um episódio desse tipo foi aparentemente o filósofo e cientista francês René Descartes. Para os curiosos, o Olhar Digital explica como a síndrome acontece, quais são as causas e se ela é perigosa.
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Ainda não foi descoberto o que provoca a síndrome da cabeça explosiva, mas existem algumas teorias. A principal delas associa a causa a uma desordem no processo de regulação da atividade cerebral quando vamos dormir.
No cérebro, há uma área chamada formação reticular, que age como um interruptor. Quando estamos indo para o sono, ela reduz sua atividade cerebral, fazendo com que as áreas do cérebro responsáveis pela visão, audição e movimento também diminuam sua atividade. Na síndrome da cabeça explosiva, há uma interrupção nesse processo de desligamento.
Em vez de uma transição suave para o sono, há um surto inesperado de atividade cerebral, que é percebido como sons altos e indefinidos. Esses sons são, na verdade, um resultado da ativação desordenada das redes sensoriais do cérebro. Além disso, fatores como estresse e insônia podem aumentar a probabilidade de um episódio de EHS, pois interferem nos padrões normais de sono.
Apesar do nome, a síndrome da cabeça explosiva não provoca nenhum problema de saúde. Mas, segundo Dan Denis, professor de Psicologia da Universidade de York, é preciso saber distinguir um episódio desse de outras condições que, de fato, são perigosas.
Os episódios de EHS são muito curtos (vários segundos) e geralmente não há dor associada. Se houver, é leve e transitória. Em contraste, muitas dores de cabeça são mais duradouras e estão associadas a níveis significativamente mais altos de dor.
Dan Denis, em artigo publicado no The Conversation.
Mesmo que não seja perigosa, pode ser bastante assustadora. Infelizmente, não existem tratamentos para a síndrome. O único conselho caso passe por algo semelhante é lembrar-se de que essas experiências são naturais e não vão te afetar de forma real. Se quiser evitá-las, uma boa regulação do sono pode ajudar também.
Esta post foi modificado pela última vez em 6 de setembro de 2024 13:46