Um grupo internacional de pesquisadores fez uma descoberta que pode ajudar a melhorar o tratamento contra o câncer. A equipe, composta inclusive por cientistas da Universidade de Brasília (UnB), identificou que uma molécula presente no veneno do marimbondo Chartergellus communis, que vive no cerrado, pode combater tumores.
Resultados promissores contra o câncer de mama e de pele
Durante testes realizados em laboratório, os pesquisadores observaram que o peptídeo Chartergellus-CP1, presente no veneno do animal, pode combater células cancerígenas tanto do câncer de mama quanto do melanoma, tipo mais agressivo do câncer de pele.
Foram testados, com sucesso, as respostas contra duas linhagens de células do câncer de mama: o HR+ e o triplo-negativo. Segundo os pesquisadores, a molécula “pode representar uma nova estratégia terapêutica no tratamento do melanoma”.
O próximo passo é realizar novos estudos para aprofundar os efeitos do veneno em modelos de células não tumorais, além do potencial terapêutico contra outros tipos de câncer. Os estudos clínicos, com a participação de humanos, ainda não têm data para acontecer.
Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Biochimie.
Leia mais
- Nova técnica permite detectar câncer em apenas 15 minutos
- Celular pode causar câncer no cérebro? Entenda
- Microrrobôs usam algas para ‘nadar’ pelo pulmão e combater câncer
Devastação do cerrado pode colocar em riso o potencial terapêutico
- Os venenos de insetos e animais peçonhentos sempre despertaram interesse científico.
- São vários os exemplos de potencial uso medicinal das substâncias.
- No caso do veneno do marimbondo, há uma diversidade de compostos com atividade antimicrobiana, anti-inflamatória e antitumoral.
- O diferencial do novo estudo é que está espécie de inseto sempre foi pouco estudada pela ciência.
- Além das descobertas, o trabalho aponta para a necessidade de preservação da fauna e da flora brasileira.
- Os próprios pesquisadores lembram que o cerrado, que é o habitat dos marimbondos, é um dos biomas mais devastados do país.