Veneno de marimbondo brasileiro pode combater câncer

Molécula do veneno do marimbondo Chartergellus communis, que vive no cerrado, apresentou bons resultados contra o câncer de mama e de pele
Alessandro Di Lorenzo09/09/2024 14h53
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Imagem: Judson Castro/Shutterstock
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Um grupo internacional de pesquisadores fez uma descoberta que pode ajudar a melhorar o tratamento contra o câncer. A equipe, composta inclusive por cientistas da Universidade de Brasília (UnB), identificou que uma molécula presente no veneno do marimbondo Chartergellus communis, que vive no cerrado, pode combater tumores.

Resultados promissores contra o câncer de mama e de pele

Durante testes realizados em laboratório, os pesquisadores observaram que o peptídeo Chartergellus-CP1, presente no veneno do animal, pode combater células cancerígenas tanto do câncer de mama quanto do melanoma, tipo mais agressivo do câncer de pele.

Foram testados, com sucesso, as respostas contra duas linhagens de células do câncer de mama: o HR+ e o triplo-negativo. Segundo os pesquisadores, a molécula “pode representar uma nova estratégia terapêutica no tratamento do melanoma”.

Veneno pode ajudar no combate ao câncer de pele (Imagem: Pixel-Shot/Shutterstock)

O próximo passo é realizar novos estudos para aprofundar os efeitos do veneno em modelos de células não tumorais, além do potencial terapêutico contra outros tipos de câncer. Os estudos clínicos, com a participação de humanos, ainda não têm data para acontecer.

Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Biochimie.

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Queimadas no cerrado podem colocar população de marimbondos em risco (Imagem: Jose Cruz/Agência Brasil)

Devastação do cerrado pode colocar em riso o potencial terapêutico

  • Os venenos de insetos e animais peçonhentos sempre despertaram interesse científico.
  • São vários os exemplos de potencial uso medicinal das substâncias.
  • No caso do veneno do marimbondo, há uma diversidade de compostos com atividade antimicrobiana, anti-inflamatória e antitumoral.
  • O diferencial do novo estudo é que está espécie de inseto sempre foi pouco estudada pela ciência.
  • Além das descobertas, o trabalho aponta para a necessidade de preservação da fauna e da flora brasileira.
  • Os próprios pesquisadores lembram que o cerrado, que é o habitat dos marimbondos, é um dos biomas mais devastados do país.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.