As ondas de calor deixaram de ser fenômenos raros e podem causar problemas à saúde, especialmente em populações vulneráveis. E neste sentido, a ingestão de um alimento bastante comum na dieta humana pode acentuar os problemas causados pela temperatura excessiva. As informações são de Carlos Nobre, do UOL.

Digestão mais lenta atrapalha resfriamento do corpo

Além de quentes, as ondas de calor podem ser úmidas, uma combinação que dificulta a evaporação do suor e pode ser letal. Nestas condições, o corpo humano tenta se adaptar.

publicidade

Uma das funções do sangue, por exemplo, é resfriar a epiderme quando a pele está excessivamente quente, num processo que ocorre com a circulação do sangue nas regiões mais periféricas.

Consumo de carne vermelha não é recomendado em dias muito quentes (Imagem: Shutterstock/El Nariz)

No entanto, uma refeição pesada pode interferir neste processo. A carne vermelha, por exemplo, tem digestão bem mais lenta que a dos vegetais e frutas.

Além disso, demanda mais sangue na região abdominal. Isso significa que vegetarianos são mais resilientes às ondas de calor do que os carnívoros.

Leia mais

Gado é responsável por boa parte das emissões de gases de efeito estufa no Brasil (Imagem: PARALAXIS/Shutterstock)

Evitar o consumo do alimento pode beneficiar também o meio ambiente

  • No Brasil, onde há mais bovinos que humanos, mais de 70% das emissões de gases de efeito estufa são gerados pela pecuária e agricultura.
  • Em parte pelo arroto de metano do gado e, principalmente, devido ao desmatamento e às queimadas de áreas com florestas para abrir mais áreas de pasto, muitas vezes abandonado alguns anos depois como terra degradada.
  • Em solos tropicais, pastos são berçários de voçorocas (grandes buracos ou crateras que se formam no solo devido à erosão em solos empobrecidos).
  • Portanto, a redução do consumo de carne bovina, além de poder nos tornar mais resilientes às ondas de calor, também pode desacelerar a geração destes gases.