Debates eleitorais podem definir o rumo de uma disputa. O formato, que já tem décadas, ganhou ainda mais força recentemente, quando as campanhas passaram a reproduzir trechos do evento nas redes sociais. Trata-se de um momento único, no qual você coloca frente a frente as ideias dos candidatos. Mas também suas personalidades e, principalmente, seus nervos.
O debate à presidência dos Estados Unidos, marcado para esta terça-feira (10) às 22h (no horário de Brasília), tem tudo para ser histórico.
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Primeiro porque essa é a primeira vez que a atual vice-presidente Kamala Harris ficará frente a frente com o ex-presidente Donald Trump. Apesar de os dois serem figuras públicas em evidência, eles nunca dividiram o mesmo palco – o que acontecerá daqui a algumas horas no National Constitution Center, na cidade da Filadélfia, Pensilvânia.
Existe uma grande expectativa também porque ambos são bons oradores. Trump dispensa apresentações: além de conduzir por anos o reality show “O Aprendiz”, ele já participou de inúmeros debates – e venceu Joe Biden com sobras no último encontro entre os dois, em junho. Derrota, aliás, que levou Biden a abrir mão da sua candidatura.
Kamala, por sua vez, foi procuradora-geral da Califórnia, cargo que demanda habilidades oratórias excepcionais. Ela, no entanto, ainda não colocada à prova na disputa. Desde que substituiu Biden, a vice só falou em comícios democratas fechados (e com discursos ensaiados). A falta de experiência pode pesar contra a candidata.
As regras – e as brigas das campanhas
- O debate foi organizado pela emissora americana de televisão ABC News, que Trump já chamou de “rede de notícias falsas”.
- A campanha do republicano, aliás, resistiu bastante antes de aceitar o convite – e impôs uma série de condições, que foram aceitas pelos rivais democratas.
- Os democratas, por exemplo, queriam que os microfones ficassem abertos o tempo todo.
- No final, porém, venceram os republicanos, que defendiam que os microfones ficassem silenciados (e só fossem abertos no momento deles falarem).
- Também ficou decidido que não haverá plateia ao vivo.
- O debate terá duração de 90 minutos, com apenas dois intervalos comerciais nesse período.
- Cada candidato terá dois minutos para responder às perguntas, dois minutos para réplicas e um minuto adicional para uma eventual tréplica.
- Um detalhe curioso é que os dois candidatos só poderão entrar no estúdio com uma caneta, papeis em branco e água.
- Portanto, nada de anotações prontas nem de ajuda da equipe de assessores (que ficará em uma outra sala).
- Os moderadores do debate serão David Muir, âncora do “World News Tonight”, e Linsey Davis, âncora do “ABC News Live Prime”.
Onde assistir ao debate aqui no Brasil
Antes de falar sobre onde assistir, começo dissertando sobre por que assistir. Estamos falando da maior potência do mundo e das eleições mais importantes em décadas.
Trump demonstra muita força, mesmo com os processos judiciais que enfrenta, e pode representar uma retomada da direita no mundo. Algo que tem potencial até mesmo para influenciar a disputa eleitoral brasileira, daqui a dois anos.
Kamala, por sua vez, pode se tornar a primeira mulher presidente dos EUA. Seria ainda a segunda pessoa negra a ocupar o cargo (depois de Barack Obama). A atual vice também é filha de imigrantes: tem pai jamaicano e mãe indiana.
Especialistas americanos dizem ainda que esse debate pode definir o rumo dessas eleições. Isso por que as últimas pesquisas mostraram empate técnico entre os dois candidatos. Ou seja, um desempenho fraco pode minar as chances com os eleitores indecisos.
Para assistir ao evento, você pode buscar o sinal original da ABC News.
Aqui no Brasil, porém, o caminho mais fácil é acompanhar o debate na TV por assinatura.
GloboNews e CNN farão a transmissão com tradução simultânea para o Português.
Assinantes do Disney+ também poderão assistir ao vivo pelo streaming.
Como já dissemos, o debate está marcado para começar pontualmente às 22h, no horário de Brasília.
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