iPhone 16: na Europa, smartphone não deve ser motivo de correria; entenda

Vários países do continente sofrem com crise financeira, o que deve desestimular as pessoas a trocarem de aparelho num curto espaço de tempo
Por Bob Furuya, editado por Bruno Capozzi 10/09/2024 15h36
iphone 16
iPhone 16. (Imagem: Apple)
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O grande fato da semana na área de tecnologia foi o anúncio oficial do iPhone 16. A nova linha de smartphones da Apple promete trazer atualizações importantes em relação à geração anterior: processadores mais rápidos, telas maiores, uma bateria mais duradoura, além de novos recursos de Inteligência Artificial.

Não há, porém, nessa lista, nenhuma novidade de impacto gigantesco, o que levou especialistas a discutirem se a marca ficou devendo ou não em seu novo lançamento.

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A discussão mobilizou não somente os fãs da Apple, como também usuários de outras plataformas. O debate também ganhou alguns traços regionais. Na Europa, por exemplo, a aposta é de que o iPhone 16 não venda tão bem assim. Pelo menos não num primeiro momento.

O jornal britânico The Guardian, por exemplo, um dos mais importantes do mundo, trouxe uma matéria dizendo que as pessoas não devem enfrentar filas para comprar o novo dispositivo da Apple.

E isso não tem tanto a ver com o aparelho em si. As razões são mais complexas.

iPhone 16 sendo segurado
Siri vai ficar mais intuitiva no iPhone 16 com Apple Intelligence (Imagem: Apple)

A crise econômica

  • O Indicador de Confiança Econômica da União Europeia vem caindo desde o ano passado.
  • O bloco não cresceu em 2023 e a principal força local, a Alemanha, fechou o ano passado em recessão.
  • A economia do Reino Unido também sofreu um forte baque no período.
  • Alguns fatores explicam a crise pela qual passa o Velho Continente.
  • Se a economia já não vinha muito bem até 2022, as coisas pioraram bastante a partir da invasão russa na Ucrânia.
  • O conflito não só levou o temor de uma nova guerra no continente, como também afetou as finanças de diversos países.
  • Isso por que a Europa depende muito do fornecimento de petróleo e gás dos russos.
  • A indústria alemã, aliás, foi uma das que mais sofreram com a redução no fornecimento.
  • Some isso a uma demanda comercial muito fraca e ao aumento da taxa de juros para tentar controlar a inflação.
  • Temos aqui a receita perfeita para a crise.
  • Que foi acentuada por outros fatores mais estruturais, como o envelhecimento da população e as dificuldades em concorrer com a China.
funcionalidades do iphone 16
Será que as novidades apresentadas no novo produto valem o alto investimento – (Imagem: Apple)

O iPhone 16 e a crise econômica

‘E onde o iPhone 16 entra nessa história?’, você pode estar se indagando aí do outro lado.

O lançamento da Apple está contido dentro desse contexto de crise. O The Guardian ouviu alguns analistas de mercado que trouxeram números que mostram que os britânicos têm gastado cada vez menos com novos aparelhos.

“As vendas de novos celulares caíram drasticamente na última década”, disse Ben Wood, analista chefe da empresa de pesquisa de mercado CCS Insight.

Em 2013, os ingleses compraram quase 30 milhões de novos dispositivos. No ano passado, esse número caiu para apenas 13,4 milhões – ou seja, menos da metade.

A CSS Insight prevê que os números ficarão no mesmo nível neste ano. O que deve impactar as novas vendas do iPhone 16.

A pesquisa sugere ainda que a maioria das pessoas espera manter o próximo telefone que comprar por até cinco anos. Ainda mais se você gastar caríssimos US$ 799 (ou £ 610), que é preço do novo produto da Apple.

As informações são do The Guardian.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.