Estranhas bolhas de plasma são detectadas sobre as pirâmides do Egito

Cientistas utilizaram um equipamento de ponta para identificar bolhas de plasma equatoriais sobre as pirâmides de Gizé
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 11/09/2024 11h26, atualizada em 30/03/2025 11h48
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Imagem: AlexAnton/Shutterstock
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Mesmo existindo há milênios e sendo estudadas há séculos, as pirâmides do Egito ainda guardam segredos. Uma nova descoberta feita por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências revelou bolhas de plasma equatoriais sobre as pirâmides de Gizé.

Esse tipo de bolsa quente de gás superaquecido se forma em baixas latitudes, geralmente após o pôr do sol. O fenômeno pode impactar a comunicação no nosso planeta, mas ainda não é totalmente compreendido a ponto dos cientistas do estudo publicado na revista Geophysical Research Letters ainda não terem certeza de como ele pode afetar a Terra.

O evento não é algo totalmente novo, dezenas de bolhas de plasma equatoriais se formam todos os anos nessa região específica. Mas é a primeira vez que uma foi localizada exatamente acima do monumento antigo.

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Tecnologia moderna permitiu a detecção das bolhas de plasma em pirâmide do Egito

Você deve estar pensando, mas como isso pode ser detectado? Bem, o evento até pode ter se repetido no passado, mas é a primeira vez que temos tecnologia para registrar isso. A identificação das bolhas de plasma equatoriais foi possível a partir do uso de um radar ionosférico de longo alcance de baixa latitude, chamado de LARID (Low Altitude Radar Identification).

Grande Pirâmide de Gizé Imagem: tamboly photography/Shutterstock

O radar LARID é um sistema de radar projetado inicialmente para detectar e identificar objetos ou aeronaves que voam em baixas altitudes. Esse tipo de radar é especialmente útil em cenários onde alvos voam próximo ao solo, como helicópteros, drones ou mísseis de cruzeiro, que podem ser difíceis de detectar por radares convencionais devido à interferência do terreno ou ao “efeito clutter” (reflexões indesejadas do solo, edifícios ou vegetação).

É justamente a capacidade dele de detectar interferências que foi útil nesse caso. Assim como as transmissões de rádio podem ser enviadas para todo o mundo, fazendo-as refletir contra o plasma da ionosfera, o radar pode ser enviado da mesma maneira. O diferencial do LARID está na capacidade de receber os sinais de volta e interpretá-los como a variação criada por essas bolhas de plasma.

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Uma reconstrução digital de uma pirâmide de Gizé pela seguradora australiana Budget Direct.(Crédito da imagem: Orçamento direto )

Esqueletos desafiam o que sabemos sobre as Pirâmides do Egito

Pesquisadores fizeram uma descoberta no sítio arqueológico de Tombos, no atual Sudão, que pode mudar a história que conhecemos. Trata-se de esqueletos que não pertenciam aos mais poderosos e ricos da sociedade antiga.

Análises feitas nos ossos revelaram que aqueles eram os restos mortais de pessoas extremamente ativas. Isso indica que eles seriam trabalhadores, o que revolucionaria a noção de que apenas os mais ricos tinham direito aos enterros nas tumbas de pirâmides.

No entanto, alguns cientistas contestam esta conclusão. Foram levantadas teorias de que seriam restos de nobres que decidiram manter a forma como reforço de seu status, mas há muita evidência de que os padrões das elites eram estritamente diferentes dos plebeus.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.