Sonda espacial que vai investigar Júpiter faz primeira detecção de sinais de vida

Planejada para chegar à órbita de Júpiter em 2031, a sonda europeia JUICE acaba de fazer uma manobra reveladora sobrevoando a Terra
Flavia Correia11/09/2024 18h15
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Representação artística da sonda JUICE, da Agência Espacial Europeia (ESA), sobrevoando a Terra. Créditos: Buradaki/Shutterstock - ESA / ATG Medialab. Edição: Olhar Digital
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Lançada em abril de 2023, a missão JUICE, da Agência Espacial Europeia (ESA), está viajando em direção a Júpiter, para estudar o gigante gasoso e suas maiores luas a partir de 2031.

Sigla em inglês para Explorador das luas geladas de Júpiter, a espaçonave acaba de fazer sua primeira detecção dos ingredientes da vida, de acordo com um comunicado da ESA.

Mas, calma. Ainda não foi desta vez que uma missão espacial descobriu vida alienígena. Na verdade, os sinais foram identificados pela sonda na atmosfera da Terra – certificando sua capacidade de captá-los.

Imagens MAJIS, da sonda espacial JUICE, mostram o Oceano Pacífico. Crédito: ESA/JUICE/MAJIS

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Teste em instrumentos identificou indícios de vida na atmosfera da Terra

A nave JUICE precisa fazer várias assistências gravitacionais antes chegar a Júpiter e três de suas maiores luas – Ganimedes, Calisto e Europa – incluindo uma manobra nunca antes realizada usando a Terra e a Lua, que aconteceu no mês passado.

Ao realizar essa manobra, a espaçonave realizou testes com o Espectrômetro de Imagens de Luas e de Júpiter (MAJIS) e o Instrumento de Ondas Submilimétricas (SWI), para verificar se estão funcionando adequadamente antes de atingir o alvo.

Gráficos de espectros mostram a detecção de moléculas associadas à vida na Terra. Crédito: ESA/JUICE/SWI

Segundo a ESA, durante o sobrevoo da Terra, o SWI “ouviu” os sinais de centenas de moléculas na atmosfera do planeta, incluindo água e os chamados elementos CHNOPS (carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre). “O MAJIS também mediu a composição da atmosfera, detectando moléculas importantes como oxigênio, ozônio, dióxido de carbono e água”, diz a nota. Além disso, o MAJIS fez mapas térmicos detalhados da Terra. 

E qual é a graça em detectar indícios de vida na Terra, onde é óbvio que ela existe? A questão é que esse resultado mostra que os instrumentos estão totalmente operacionais e são capazes de identificar bioassinaturas, pelo menos onde a vida seja abundante. Isso significa que podemos estar cada vez mais próximos de descobrir se estamos sozinhos no Sistema Solar.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.