Pesquisadores da Universidade de Tecnologia do Sul da China conseguiram realizar um feito impressionante: realizaram uma transfusão de sangue entre espécies diferentes com sucesso. Isso foi possível graças a uma nova nanotecnologia. Trata-se de um minúsculo revestimento de silício que funciona como uma “capa” para células sanguíneas e as camufla na corrente do receptor.

A invenção pode ajudar a lidar com períodos de escassez de sangue, além de permitir a manutenção de órgãos doados saudáveis usando muito menos quantidade. Os resultados da pesquisa foram divulgados na revista científica PNAS.

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Glóbulos de sangue ganham “capa” para se camuflar na corrente sanguínea e permitir transfusão entre espécies – Reprodução: ANIRUDH/Unsplas

“Capa” para células sanguíneas permite transfusão de sangue entre espécies

  • Uma transfusão de sangue humano para um camundongo foi um sucesso em nova pesquisa. Para conseguir esse feito, cientistas criaram uma minúscula “capa” para células sanguíneas usando nanotecnologia.
  • Composta por silício, esse revestimento cobre as proteínas de superfície das células usadas para reconhecer tipos sanguíneos.
  • Isso permite que as células – até mesmo de outras espécies – se camuflem na corrente sanguínea e não sejam reconhecidas como invasoras.
  • No experimento, as células com “capas” agiram como células vermelhas do sangue nuas, funcionando do mesmo modo que as comuns.
  • Segundo os pesquisadores, o sangue silicificado também tem maior resistência, pode ser armazenado por mais tempo e é eficaz em driblar o sistema imune do corpo.
Profissional da saúde carregando caixa usada para doação de órgãos
A nanotecnologia também vai ajudar a manter órgãos doados saudáveis usando menos sangue – Imagem: Robert Kneschke/Shutterstock

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A tecnologia vai ajudar a manter órgãos doados saudáveis

Para manter um órgão doado saudável até a cirurgia, é preciso mantê-lo em processo de bombeamento artificial de sangue. Atualmente, esses mecanismos consomem grandes volumes de líquido sanguíneo. A nova tecnologia de “capa” pode ajudar a resolver esse problema também.

Os fluidos revestidos permitem a conservação de órgãos com menos sangue e até mesmo com fontes animais. Um experimento de transplante de fígado em um rato comprovou a eficácia do sistema. A equipe destaca no artigo que os glóbulos vermelhos revestidos de silicone representam uma alternativa promissora para atender à crescente demanda por sangue, proporcionando uma solução segura e eficiente.

A tecnologia está em estágios iniciais de desenvolvimento e precisa passar por várias etapas antes de ser aprovada para uso humano.