Cometa C/2023 A3 registrado em 26 de junho de 2024. Crédito: José J. Chambó via Spaceweather.com
Na próxima semana, observadores do céu poderão testemunhar a passagem do cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), que está sendo chamado de “Cometa do Século” – um apelido controverso. Neste momento, o objeto está mais próximo do Sol, o que dificulta sua observação, mas a partir de domingo (15), será mais fácil vê-lo no Hemisfério Sul.
Sobre o Cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS):
“No dia 27 de setembro, o cometa Tsuchinshan-ATLAS deve atingir seu ponto mais próximo do Sol (chamado de periélio) e, de acordo com os cálculos, já deverá estar tão luminoso quanto Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno [que tem aparente de −1,46]”, disse Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital.
Segundo Zurita, o cometa terá dois momentos de visibilidade, com o primeiro começando na próxima semana. “A partir de domingo, nos finais das madrugadas, ele deve aparecer ao leste, pouco antes do amanhecer e vai estar cada dia mais alto no céu até o dia 28. A partir de então vai ‘despencar’ em direção ao Sol, deixando de ser visível no dia 4 de outubro e reaparecendo novamente a partir do dia 12 ao anoitecer, na direção oeste”.
No entanto, o astrônomo lembra que alguns estudos indicam que o cometa pode se desintegrar antes disso. “Então, a recomendação é aproveitar as chances de observação a partir da próxima semana e torcer para que ele sobreviva ao periélio. E se isso acontecer, aí teremos provavelmente um espetáculo ao anoitecer durante o mês de outubro”.
Zurita orienta utilizar um aplicativo astronômico, como o SkyMap, que pode ajudar a localizar o cometa C/2023 A3 no céu. O objeto poderá ser facilmente observado através de um binóculo ou, quem sabe, a olho nu. “O melhor é tentar fazer isso em um local com horizonte limpo a oeste, preferencialmente distante das grandes cidades, cuja iluminação pode ofuscar a visibilidade do astro”.
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Sobre o apelido “cometa do século”, Zurita discorda. “É um exagero. Talvez o cometa da década. Em 2007, teve um cometa muito luminoso, o McNaught, que vai ser difícil bater”. Segundo ele, a magnitude daquele objeto foi de -5.5, enquanto a expectativa para o C/2023 A3 é de -1.7 (bem menos brilhante do que os -4 estimados em fevereiro). Lembrando que quanto mais brilhante um corpo parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
Jonathan Shanklin, da Seção de Cometas da Associação Astronômica Britânica (BAA), destacou ao site Space.com que há variações significativas nas observações de diferentes astrônomos, o que pode influenciar as estimativas de brilho. Ele explicou que alguns observadores consistentemente superestimam ou subestimam o brilho dos cometas, criando uma margem de erro considerável nas medições.
Neste link, você acessa as informações atualizadas sobre o cometa C/2023 A3.
A lista abaixo, elaborada por Zurita após uma pesquisa em 2022, relaciona os cometas mais brilhantes de cada ano desde 2000, juntamente com seus brilhos máximos atingidos:
Esta post foi modificado pela última vez em 13 de setembro de 2024 20:50