Espécies “parentes” do tigre-da-tasmânia são descobertas na Austrália

As três espécies recém-descobertas têm relação com o tigre-da-tasmânia, eram carnívoras e tinham dentes potentes para devorar as presas
Alessandro Di Lorenzo13/09/2024 06h30, atualizada em 02/10/2024 12h17
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Imagem: Daniel Eskridge/Shutterstock
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Pesquisadores identificaram três novas espécies relacionadas ao tigre-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus). Os fósseis foram encontrados durante escavações na Área do Patrimônio Mundial de Riversleigh, no norte da Austrália.

Tigre-da-tasmânia foi extinto no século passado

  • Também conhecido como tilacino, o tigre-da-tasmânia foi o último membro sobrevivente de sua linhagem.
  • Ele habitou toda a Austrália e Nova Guiné, mas por volta de 2.000 anos atrás acabou ficando restrito apenas ao estado australiano da Tasmânia.
  • O animal carregava seus filhotes em uma bolsa, assim como seus primos cangurus, e caçava pequenos pássaros e roedores.
  • A espécie foi levada à extinção no século passado devido à caça humana e perda de seu habitat.
Fóssil de tigre-da-tasmânia (Imagem: mark higgins/Shutterstock)

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“Parentes” do animal poderiam explorar vários nichos ecológicos

Embora os cientistas já tenham descoberto outros parentes do tigre-da-tasmânia, até agora apenas um deles datava do final do Oligoceno (período entre 33,9 milhões e 23 milhões de anos atrás).

Uma das espécies recém-descobertas foi batizada de Badjcinus timfaulkneri. O animal tinha o tamanho de um guaxinim e não pesava mais de 11 kg. Ele usava sua mandíbula extremamente grossa para esmagar e comer os ossos e dentes de suas presas. Os molares desta criatura foram encontrados em um depósito fóssil de 25 milhões de anos, tornando-se a evidência inequívoca mais antiga de um tilacino já localizada.

A outra descoberta foi do Ngamalacinus nigelmarveni, animal que pesava aproximadamente 5,1 kg e tinha o tamanho de uma raposa vermelha. Lâminas longas em seus molares inferiores permitiam perfurar e desfiar carne. Esses dentes em forma de V sugerem que a criatura era mais carnívora do que outros pequenos tilacinídeos.

Ilustração da espécie Badjcinus timfaulkneri usando suas poderosas mandíbulas para devorar presa (Imagem: Journal of Vertebrate Paleontology)

Já a menor das espécies recém-descobertas, Nimbacinus peterbridgei, é provavelmente o parente direto mais próximo do tilacino moderno, apesar de ser do tamanho de um maltês. Este generalista da floresta provavelmente teria caçado pequenas presas como lagartos e pássaros.

As diferenças nos dentes desses parentes do tilacino sugerem que havia vários nichos ecológicos que os carnívoros poderiam explorar, levando à sua diversificação. As conclusões foram apresentadas em estudo publicado no Journal of Vertebrate Paleontology.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.