Taxa das blusinhas? EUA quer impostos sobre produtos baratos da China

Compras on-line de produtos da China podem ficar ao menos 20% mais caras nos EUA se projeto do governo de Joe Biden sair do papel; entenda
Pedro Spadoni18/09/2024 08h30
Miniaturas de sacolas com desenhos de compra on-line e bandeira da China colocadas na frente de miniatura de carrinho de mercado com caixas em cima de notebook
(Imagem: William Potter/Shutterstock)
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O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, quer cobrar uma taxa sobre produtos baratos vindos da China. Na prática, é um projeto de aumento de impostos que mira empresas chinesas de e-commerce, como Alibaba, Shein e Temu. Com isso, compras on-line feitas por lá podem ficar ao menos 20% mais caras.

O projeto do governo Biden é bem parecido ao que ficou conhecido no Brasil como “taxa das blusinhas” – nome popular dado à cobrança de imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. Essa nova regra entrou em vigor em 1º de agosto de 2024.

‘Taxa das blusinhas’ dos EUA mira empresas chinesas de e-commerce

A ideia do projeto estadunidense é acabar com uma lei da década de 1930. Por que? Essa lei garantiu que consumidores finais não precisam pagar impostos sobre produtos importados que custem menos de US$ 800.

  • No juridiquês: a isenção dos chamados “mínimos” permite que produtos com valor inferior a US$ 800 sejam enviados diretamente aos consumidores sem declarações alfandegárias ou impostos.
carrinho de compras com caixas dentro em cima de teclado de computador
Projeto do governo Biden pode fechar brecha explorada por gigantes chinesas do e-commerce (Imagem: Maxx Studio/Shutterstock)

Se sair do papel, esse projeto fecharia uma brecha aproveitada por Temu e Shein, por exemplo, para enviar centenas de milhões de pacotes para os EUA anualmente.

Para você ter ideia:

  • A Shein é a maior plataforma da China nos EUA e teve uma receita global de US$ 32,5 bilhões em 2023 (não se sabe quanto disso veio dos Estados Unidos, mas 18 milhões dos 88 milhões de clientes ativos são de lá)
  • Analistas estimam que a Temu é responsável por cerca de 10% dos negócios gerais da PDD Holdings, sua dona – e que grande parte disso venha dos EUA;
  • A Temu pode ter movimentado aproximadamente US$ 20 bilhões em mercadorias no primeiro semestre de 2024, dos quais 40% vieram dos EUA, segundo o analista Thomas Chang, da Jefferies (via Bloomberg).
Ícones dos aplicativos da Temu e Shein em tela inicial de iPhone
Temu e Shein disseram que seu crescimento não depende de política de isenção de impostos dos EUA (Imagem: Koshiro K/Shutterstock)

Leia mais:

O que as empresas disseram: Temu e Shein apontaram, em declarações separadas à CNBC, que seu crescimento não depende da política de isenção de impostos dos EUA. E que se concentrariam na eficiência dos negócios e em manter os consumidores satisfeitos.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.

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