Big techs protestam: regulamentação na Europa vai impedir avanços em IA

Meta, Spotify e Prada pedem harmonização das regras, destacando riscos de perda de competitividade e inovação na era da IA
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 19/09/2024 19h16, atualizada em 20/09/2024 21h23
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Um grupo de empresas, incluindo Meta, Spotify e Prada, alertou na quinta-feira que a União Europeia pode perder os benefícios da inteligência artificial devido às suas regulamentações tecnológicas. As informações são do Wall Street Journal.

Em uma carta aberta coordenada pela Meta, executivos de mais de duas dúzias de empresas afirmaram que a Europa se tornou menos competitiva e inovadora, arriscando ficar ainda mais para trás na era da IA devido a decisões regulatórias inconsistentes.

A carta pede que a UE harmonize suas regras e atualize a interpretação da lei de proteção de dados. Entre os signatários estão também representantes da Ericsson, SAP e Thyssenkrupp.

A Comissão Europeia respondeu que está trabalhando para apoiar a inovação em IA e que o novo comissário de justiça se comprometerá a alinhar as leis de proteção de dados com as necessidades empresariais.

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Ilustração de placa de computador com bandeira da União Europeia em um dos chips
Leis de proteção de dados na Europa precisam ser atualizadas, diz carta feita por empresas (Imagem: Ivan Marc/Shutterstock)

Europa vem perdendo lançamento de novidades em IA

  • A Meta e a Apple anunciaram que novos recursos de IA não estarão disponíveis na Europa devido às regulamentações do bloco.
  • A Apple, por exemplo, disse que seu sistema de IA, Apple Intelligence, provavelmente não será lançado na Europa devido a incertezas em torno de uma nova lei de concorrência digital.
  • A Meta também adiou o lançamento de um modelo de IA multimodal na UE por conta do ambiente regulatório.

Apesar de a UE ter uma reputação como regulador global, algumas empresas alegam que as regras são difíceis de implementar, colocando a Europa em desvantagem competitiva.

A carta destaca que regulamentações rigorosas podem restringir o acesso a modelos de IA abertos e mais novos, afetando a capacidade das organizações europeias de inovar. Ela conclui afirmando que, para que as empresas invistam em IA generativa na Europa, são necessárias regras claras e consistentes sobre o uso de dados.

Montagem de bandeira da União Europeia com chip usado por big techs
Regulamentação contra empresas que desenvolvem recursos de IA pode fazer a Europa “ficar para trás” nestas tecnologias (Imagem: gopixa/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.