Alzheimer: técnica permite identificar a doença no estágio inicial

Pesquisadores demonstraram que biomarcadores baseados no sangue podem ser utilizados para diagnosticar o Alzheimer o quanto antes
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 20/09/2024 05h40
alzheimer
Imagem: Roman Bodnarchuk/Shuttersotck
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Um dos principais desafios para o tratamento do Alzheimer é a dificuldade em diagnosticar a doença em seu estágio inicial. No entanto, novos estudos podem ajudar a desenvolver técnicas mais precisas para isso.

Biomarcadores baseados no sangue do paciente podem ser solução

Pesquisadores da Universidade de Boston, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, ambos nos Estados Unidos, e da Iniciativa de Neuroimagem da Doença de Alzheimer (ADNI) e do Centro Alemão de Doenças Neurodegenerativas (DZNE), na Alemanha, demonstraram que microRNAs, biomarcadores baseados no sangue, podem ser utilizados para diagnosticar o Alzheimer de forma prévia.

De acordo com eles, a descoberta é importante porque, ao contrário dos atuais biomarcadores A / T / N, os microRNAs podem servir como biomarcadores moleculares do sangue anos antes da doença de Alzheimer se manifestar clinicamente, identificando assim a janela de tempo para prevenção eficaz ou intervenção precoce para interromper a progressão da doença.

Representação gráfica do Alzheimer
Pesquisadores propuseram nova forma para identificar a doença de Alzheimer (Imagem: Lightspring/Shutterstock)

Os cientistas explicam que os microRNAs são biomarcadores ideais, pois não são apenas muito estáveis, mas também controlam vias moleculares inteiras, garantindo assim a homeostase celular. Por isso, eles podem controlar simultaneamente muitas proteínas. Dessa forma, a análise de alguns microRNAs pode informar sobre alterações patológicas complexas que refletem múltiplas vias, como neuroinflamação, alterações metabólicas ou disfunção das sinapses.

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Diagnosticar a doença em sua fase inicial ainda é uma grande dificuldade para a ciência (Imagem: Lightspring/Shutterstock)

Análise pode prever desenvolvimento do Alzheimer

  • As equipes examinaram a expressão de miRNA nas amostras de plasma de três grupos diagnósticos de participantes.
  • Eles foram divididos em: cognitivamente normais, levemente prejudicados cognitivamente e demência devido a pacientes com doença de Alzheimer.
  • A conclusão foi que, quando combinada com testes neuropsicológicos, a avaliação do microRNAome plasmático ajuda a prever quais indivíduos idosos com declínio cognitivo progredirão para desenvolver a doença de Alzheimer.
  • Os estudos foram publicados na revista Alzheimer’s & Dementia.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.