Poluição atmosférica pode causar Parkinson

Cientistas concluíram que a exposição a níveis elevados de poluição aumentam a probabilidade de desenvolver a doença
Alessandro Di Lorenzo23/09/2024 15h27
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Imagem: New Africa/Shutterstock
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Diversos estudos já correlacionaram o Parkinson a uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Agora, uma nova pesquisa sugere que a exposição à poluição atmosférica ao longo dos anos pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença.

Má qualidade do ar traz efeitos ao cérebro

  • De acordo com os pesquisadores, um dos potenciais culpados é o PM2.5, que são partículas finas que podem percorrer grandes distâncias.
  • Elas também podem atravessar a barreira hemato-encefálica, causando inflamação e estresse oxidativo.
  • Estes fatores poderiam permitir o desenvolvimento e a progressão da doença.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista JAMA Network Open.
Poluição de ar em cidade grande
Poluição típica das grandes cidades aumenta os riscos de desenvolvimento da doença (Imagem: hxdbzxy/Shutterstock)

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Poluição aumenta chances de desenvolver a doença em 23%

O trabalho avaliou 5.200 pacientes, incluindo cerca de 350 com Parkinson, e acompanhou os seus níveis de exposição à poluição dos anos de 1998 a 2019. Os cientistas descobriram que os pacientes tinham maior probabilidade de desenvolver a doença caso fossem expostos a níveis elevados de poluição nos 10 anos anteriores ao diagnóstico.

Nas áreas metropolitanas, as pessoas que viviam em bairros com os níveis mais elevados de poluição atmosférica tinham 23% mais probabilidades de desenvolver a condição, em comparação com as pessoas que viviam em áreas com os níveis mais baixos.

A doença de Parkinson afeta cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo (Imagem: Daisy Daisy/ Shutterstock)

Os pacientes expostos a uma qualidade do ar pior apresentaram maior probabilidade de desenvolver discinesia (espasmos musculares na face, braços, pernas ou tronco) e de apresentar rigidez acinética, dois sintomas típicos da doença.

Para os cientistas, a relação entre os fatores é clara. Por isso, eles defendem que reduzir a poluição atmosférica pode não só prevenir o desenvolvimento da doença, mas também melhorar a qualidade de vida dos pacientes que já foram diagnosticados com o Parkinson.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.