Dona do TikTok quer usar chips da Huawei para treinar IA chinesa

Essa seria uma saída encontrada pela ByteDance para contornar as sanções dos EUA para impedir o desenvolvimento de IA por empresas da China
Alessandro Di Lorenzo01/10/2024 09h16
Logo da Huawei em cima de um chip de placa-mãe
(Imagem: g0d4ather/Shutterstock)
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A empresa chinesa ByteDance, controladora do TikTok, estaria planejando desenvolver um modelo de inteligência artificial treinado principalmente com chips da Huawei. Essa seria uma saída para contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos.

Objetivo é criar uma inteligência artificial 100% chinesa

A ByteDance diversificou seus fornecedores de chips e acelerou o desenvolvimento de tecnologias próprias desde que a Casa Branca restringiu as exportações de tecnologias avançadas para a China. Após um período de análise, a empresa parece ter escolhido o chip Ascend 910B, da Huawei, para treinar o seu novo modelo de IA.

A gigante chinesa já usa o chip para outras tarefas que envolvem modelos de inteligência artificial já treinados. No entanto, é justamente o processo de treinamento da tecnologia que requer uma maior quantidade de dados e desempenho acima da média.

ByteDance TikTok
ByteDance é dona do TikTok e busca seu espaço também no mercado de IA (Imagem: Ascannio/Shutterstock)

Segundo reportagem da Reuters, o plano da ByteDance seria sigiloso, uma vez que iria contra os interesses norte-americanos, que não estão medindo esforços para impedir que empresas chinesas consigam avançar tecnologicamente.

A própria controlador do TikTok desmentiu o fato publicamente. O porta-voz da companhia, Michael Hughes, disse que nenhum novo modelo de IA está sendo desenvolvido. A Huawei, por sua vez, não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

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Guerra dos chips entre EUA e China
EUA querem impedir acesso da China aos chips semicondutores (Imagem: William Potter/Shutterstock)

Disputa pela hegemonia tecnológica mundial

  • Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
  • O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
  • Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
  • Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.