Imagem: Lightspring/Shutterstock
O sistema de defesa do nosso corpo possui diversos níveis e formas de combater problemas. No caso do câncer, há um tipo de resposta imune que, ao invés de impedir o crescimento da doença, a alimenta. No entanto, novas evidências mostram que, se aliada a uma resposta diferente, essa ação pode impulsionar o tratamento.
Em dois novos estudos, cientistas concluíram que combinar dois tipos de respostas imunológicas opostas, criando um efeito ‘yin e yang’, pode aumentar as chances de sobrevivência de pacientes com câncer. Essa combinação pode ser um caminho para tornar a imunoterapia mais eficaz.
As pesquisas, conduzidas pela Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), foram publicadas na revista Nature.
Um segundo estudo aprofundou a relação entre as respostas imunes 1 e 2. Em um experimento com camundongos com câncer de cólon, os pesquisadores testaram estimular ambas durante o tratamento, para entender como elas poderiam atuar juntas.
Os animais foram tratados com a imunoterapia de células CAR-T, a mesma aplicada nos pacientes da outra pesquisa. Porém, nesse caso, um grupo recebeu a estimulação da resposta imune 1 e o outro, a combinação das respostas 1 e 2, além de proteínas imunológicas modificadas.
A combinação curou 86% dos camundongos, enquanto os que receberam apenas um tipo de resposta não sobreviveram. Essa abordagem demonstrou que a proteína modificada deu mais energia às células de defesa, ajudando-as a combater o câncer com mais eficácia, especialmente em tumores sólidos, que geralmente não respondem bem à imunoterapia.
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A nova abordagem testada no estudo pode ser chamada de ‘yin e yang’ por unir duas formas opostas de resposta imune. O conceito faz parte da filosofia chinesa, que acredita que positivo e negativo interagem para manter o equilíbrio do universo.
Li Tang, coautor dos estudos, explica que as novas descobertas mostram que investigar essa dualidade na imunoterapia pode abrir novas possibilidades de tratamento.
Nosso estudo não apenas esclarece a sinergia entre esses dois tipos de resposta imune, mas também revela uma estratégia inovadora para o avanço da imunoterapia de última geração, integrando fatores imunológicos do tipo 2.
Trecho do artigo publicado no portal da EPFL.
Esta post foi modificado pela última vez em 2 de outubro de 2024 14:28