Dormir pouco ou muito? Ambos fazem mal para a memória

Pesquisadores identificaram que dormir muito mais ou muito menos do que sete horas atrapalha o desempenho cognitivo de adultos e idosos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 04/10/2024 06h03
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Imagem: Vitória Lopes Gomez (gerada com IA)/Olhar Digital
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Não há dúvidas sobre a importância de uma boa noite de sono. E as conclusão de um novo estudo reforçam este entendimento. Segundo pesquisadores, dormir muito ou pouco pode prejudicar a memória, a fluência verbal, o funcionamento executivo e a cognição global.

Efeitos dos distúrbios do sono

  • O objetivo do trabalho foi investigar a relação entre distúrbios do sono e desempenho cognitivo de adultos e idosos.
  • Segundo os responsáveis pelo estudo, as queixas relacionadas às alterações do sono, como duração e insônia, têm sido cada vez mais comuns na população adulta e são resultado do mundo acelerado em que vivemos hoje.
  • A conclusão é que o sono pode beneficiar habilidades cognitivas importantes como a memória, atuando em sua consolidação, além da saúde mental.
  • Mas alterações como mudanças na duração e qualidade dele podem prejudicar o desempenho cognitivo em habilidades como a função executiva, fluência verbal, memória, bem como associar-se ao declínio cognitivo.
  • Os pesquisadores explicam que por desempenho cognitivo entendem-se diferentes domínios ou habilidades cognitivas, como a memória, linguagem, atenção e concentração.
  • Eles ainda concluíram que tanto o sono quanto o desempenho cognitivo podem sofrer prejuízos com o processo de envelhecimento.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista SciELO.
Memória é prejudicada por distúrbios do sono (Imagem: Bits And Splits/Shutterstock)

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Ideal é dormir sete horas

A pesquisa analisou a associação isolada e combinada entre distúrbios do sono e desempenho cognitivo de adultos e idosos em testes cognitivos. Para isso, foram usados dados de servidores públicos ativos e aposentados de seis capitais brasileiras: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Salvador e Vitória.

No total, foram 7.248 participantes, entre 55 e 79 anos, com média etária de 62,7 anos, sendo 55,2% mulheres. Associações em forma de U invertido foram observadas entre duração do sono e desempenho em todas as habilidades cognitivas, ou seja, durações muito menores ou maiores que sete horas estão associadas ao pior desempenho, independentemente da idade.

Dormir pouco traz prejuízos à saúde (Imagem: aslysun/Shutterstock)

Além disso, o relato de insônia foi associado à pior função executiva, sendo a força das associações maiores para indivíduos com insônia em dois ou mais momentos ou, especialmente, insônia combinada com sono curto. Insônia em dois ou mais momentos também foi associada à menor memória e cognição global.

Esses resultados sugerem que durações maiores ou menores que cerca de sete horas do sono foram prejudiciais para todas as funções cognitivas investigadas. Estes prejuízos foram semelhantes tanto para adultos de meia idade quanto para idosos. Além disso, a insônia pareceu afetar mais fortemente a função executiva, mas também prejudicou a memória e a cognição global.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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