Cérebro dos neandertais era mais complexo do que imaginávamos

O cérebro dos neandertais era do mesmo tamanho ou até um pouco maior do que o dos humanos modernos, mas apresentava uma forma diferente
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 07/10/2024 14h54
Neandertais e humanos modernos cruzaram há 47 mil anos durante 7 mil anos (Crédito: Gorodenkoff/ Shutterstock)
(Crédito: Gorodenkoff/ Shutterstock)
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Os neandertais costumam ser descritos como brutos e pouco inteligentes em relação ao Homo sapiens. No entanto, diversos estudos estão modificando a imagem que se tem sobre a espécie que coabitou o planeta por pelo menos 2,8 mil anos com os homens modernos. Uma das novas descobertas diz respeito ao cérebro dos nossos “parentes” antigos.

O que causou a extinção da espécie ainda é motivo de discussão

  • Os primeiros fósseis conhecidos de um neandertal datam de cerca de 430 mil anos atrás.
  • Esses hominídeos viveram ao lado dos antigos Homo sapiens até aproximadamente 40 mil anos atrás, quando desapareceram do registro fóssil.
  • O que aconteceu exatamente ainda é um mistério.
  • Uma das teorias mais aceitas é que os primeiros humanos tenham sido responsáveis pela extinção da espécie.
  • As informações são do IFLScience.
Crânio neandertal descoberto em 1909 na França (Imagem: Puwadol Jaturawutthichai/Shutterstock)

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Neandertais não eram pouco inteligentes

Estudos mais recentes começaram a lançar luz sobre o cérebro neandertal. A conclusão é que ele era aproximadamente do mesmo tamanho ou até um pouco maior que o cérebro humano. No entanto, apresentava uma forma diferente.

Um estudo com 32 humanos modernos e 13 crânios neandertais sugeriu que estes últimos tinham áreas maiores de seus cérebros dedicadas à visão. Eles também tinham olhos maiores do que os humanos modernos.

Segundo os pesquisadores responsáveis pelo trabalho, os corpos maiores também exigiam mais espaço cerebral para controlar o movimento. Isso teria deixado menos peso cognitivo para realizar um processamento social complexo, o que pode ter significado que eles eram menos capazes de formar grupos sociais robustos.

O estudo analisou se os neandertais podiam entender e falar como os humanos modernos(Crédito: frenic00/Shutterstock)
Reconstrução de um neandertal (Imagem: frenic00/Shutterstock)

Uma outra análise desenvolveu reconstruções 3D dos cérebros de ambos os hominídeos. Os modelos revelaram cerebelos menores no cérebro neandertal, o que pode ter diminuído sua função cognitiva e social.

Mais recentemente, pesquisadores conseguiram extrair um gene neandertal de amostras de DNA antigas. Eles inseririam esta amostra no cérebro de furões e camundongos, bem como em organoides “mini-cérebro” feitos de células-tronco humanas.

Nos cérebros semeados com DNA neandertal, as novas células cerebrais se formaram mais lentamente durante o desenvolvimento, sugerindo que elas podem ter tido um pico cognitivo mais baixo do que o Homo sapiens. Novos estudos continuam sendo feitos para determinar quais eram as capacidades desta antiga espécie.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.