Representação artística da erupção solar X2.2 que disparou material em direção ao cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS). Créditos: Vadim Sadovski - Shutterstock. Edição: Olhar Digital
Novas informações sobre o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), que conforme noticiado pelo Olhar Digital, está na rota do jato de plasma solar ejetado por uma erupção do tipo mais violento. Segundo projeções de especialistas, é possível que o impacto quebre a cauda do objeto – o que é chamado pelos astrônomos de “evento de desconexão”.
De acordo com a plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, a mancha solar hiperativa AR3842 entrou em erupção às 16h13 (pelo horário de Brasília) de segunda-feira (7), produzindo evento de classe X2.2.
Esta captura feita pelo Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA), mostra o cometa C/2023 A3 nas proximidades do evento:
Vamos entender:
De acordo com a modelagem da NASA, a CME vai atingir o cometa e a Terra, nessa ordem. É possível que C/2023 A3 seja golpeado ainda na noite desta terça-feira (8) ou talvez nas primeiras horas de quarta (9), e o impacto pode realmente desconectar sua cauda.
A mesma coisa aconteceu com o cometa Nishimura no ano passado. Segundo Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), a desconexão da cauda é um efeito temporário e totalmente inofensivo para o cometa. “Depois, a cauda volta a crescer à medida que mais poeira e gás são expelidos do objeto”.
No entanto, é bem provável que, quando emergir do brilho do Sol e voltar a aparecer no céu neste fim de semana, o cometa C/2023 A3 seja visto com a cauda quebrada.
Em relação às consequências para a Terra, o impacto do jato de plasma solar pode causar uma forte tempestade geomagnética com auroras em latitudes mais abaixo do que o normal nos EUA e na Europa. Analistas da NOAA continuam examinando esta CME e podem emitir uma previsão refinada a qualquer momento.
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De acordo com o site The Watchers, na manhã de segunda, o cometa entrou no campo de visão do LASCO C3, iniciando uma série de observações raras acessíveis a mais do que apenas astrônomos com equipamentos especializados. Qualquer pessoa pode rastreá-lo através dos dados disponibilizados no site da SOHO.
Sobre o “Cometa do Século”:
No sábado (12), o cometa atinge o ponto de maior proximidade com a Terra (chamado de perigeu), quando estará a cerca 70,67 milhões de quilômetros do planeta. Nesse momento, é possível que ele alcance um brilho similar ao de Vênus, o corpo celeste mais luminoso do céu noturno, com exceção da Lua.
Esta post foi modificado pela última vez em 9 de outubro de 2024 11:06