Descoberta desafia o que sabemos sobre a nossa galáxia

Segundo os cientistas, a Via Láctea pode fazer parte da bacia Shapley e não do superaglomerado Laniakea, como se acredita até agora
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 09/10/2024 08h16
Imagem da Via Láctea
Via Láctea pode estar cercada por várias “mini galáxias”, diz novo estudo. Crédito: Triff - Shutterstock
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Uma equipe de cientistas fez uma importante descoberta sobre a conexão entre superaglomerados de galáxias. Eles criaram um novo método para gerar imagens do universo, o que permitiu mapear o movimento de 56 mil galáxias.

Pesquisadores tentaram identificar estruturas complexas

Segundo o entendimento aceito pela ciência hoje, a Via Láctea faz parte de uma estrutura chamada Grupo Local, que inclui várias galáxias vizinhas. Esse grupo, por sua vez, é parte do chamado Aglomerado de Virgem, que possui cerca de duas mil galáxias e que está dentro do superaglomerado Laniakea.

Todas estas estruturas se formam graças à ação da gravidade, mas identificá-las é uma tarefa bastante complexa. O superaglomerado Laniakea, por exemplo, se estenderia por um diâmetro de aproximadamente 500 milhões de anos-luz.

O universo abriga inúmeras galáxias e outras estruturas (Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI)

Para conseguir respostas, uma equipe de cientistas resolveu analisar o movimento de 56 mil galáxias. Devido à incerteza nas medições de velocidade, o grupo criou um mapa “probabilístico” que indica a chance de existirem certas estruturas que eles chamam de “bacias de atração”.

Dessa forma, os pesquisadores chegaram a conclusão de que Laniakea é, na verdade, um apêndice da bacia Shapley. Essa, por sua vez, seria uma região repleta de uma imensa quantidade de massa e atração gravitacional.

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Representação da Via Láctea
Representação da Via Láctea (Imagem: nednapa/Shutterstock)

Descoberta sobre a Via Láctea

  • Segundo os cientistas, existe uma probabilidade de 60% de que a nossa galáxia faça parte da bacia Shapley, que é cerca de dez vezes maior do que Laniakea.
  • As descobertas indicam que o superaglomerado Laniakea podem nem mesmo existir enquanto uma estrutura separada.
  • Para Brent Tully, um dos principais pesquisadores do estudo, “assim como a água flui dentro de bacias hidrográficas, as galáxias fluem dentro de bacias cósmicas de atração”.
  • Segundo ele, as conclusões, descritas em estudo publicado na revista Nature Astronomy, podem mudar a nossa compreensão atual da estrutura cósmica.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.