Conjunção da Lua com Saturno provoca “eclipse” em algumas partes do mundo

Depois de Saturno, o próximo planeta a "receber a visita" da Lua no mês de outubro será Júpiter, na semana que vem
Flavia Correia14/10/2024 13h46
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Ocultação lunar de Saturno fotografada do topo de Mauna Kea, no Havaí. Crédito: Andrew McCarthy via X
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Conforme noticiado pelo Olhar Digital, esta semana acontece a última Superlua do ano. Mas, antes de protagonizar esse espetáculo incrível, o satélite natural da Terra vai passar por um momento especial junto com Saturno nesta segunda-feira (14) – uma espécie de “eclipse” do planeta dos anéis.

Infelizmente, no entanto, o fenômeno (oficialmente chamado de “ocultação lunar”) não será visível em todo o mundo, e o Brasil vai ficar de fora dessa. De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, apenas quem estiver em uma faixa que cobre algumas partes da África, Europa e Ásia poderá testemunhar a cena.

Ocultação lunar de Saturno registrada em setembro

Ocultação lunar de Saturno

Ocultações lunares só são visíveis de uma pequena fração da superfície da Terra. Como a Lua está muito mais perto do nosso planeta do que outros objetos celestes, sua posição no céu difere dependendo da localização exata do observador devido à sua grande paralaxe (diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento). 

A posição da Lua vista de dois pontos em lados opostos da Terra pode variar em até dois graus, ou quatro vezes o diâmetro da lua cheia. Isso significa que se a Lua estiver alinhada para passar na frente de um objeto específico para um observador posicionado em um lado da Terra, ela aparecerá até dois graus de distância desse objeto do outro lado do globo.

Mapa mostra as regiões do planeta de onde será possível observar a ocultação lunar de Saturno nesta segunda-feira (14). Crédito: In-The-Sky.org

No mapa acima, contornos distintos mostram onde o desaparecimento de Saturno é visível (em vermelho) e onde será possível testemunhar seu reaparecimento (em azul). Os riscos sólidos exibem onde a ocultação provavelmente será visível através de binóculos a uma altitude razoável no céu. Os contornos pontilhados, por sua vez, indicam onde o evento ocorre acima do horizonte, mas pode não ser visível devido ao céu estar muito claro ou a Lua muito perto do horizonte.

Fora dos contornos, a Lua não passa na frente do gigante gasoso em nenhum momento, ou está abaixo do horizonte na hora do “eclipse”.

Animação mostra o caminho da ocultação em todo o globo terrestre, com o círculo vermelho indicando onde a Lua aparece na frente de Saturno. Crédito: InTheSky.org

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Lua e Saturno estão bem próximos no céu do Brasil

Embora a ocultação lunar de Saturno só possa ser vista nas regiões mencionadas, o planeta poderá ser observado bem próximo à Lua nos céus de outras partes da Terra – incluindo o Brasil – algumas horas após a chamada conjunção astronômica. Esse termo se refere ao momento em que dois astros compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre).

Como isso vai acontecer às 15h12 (pelo horário de Brasília), em plena luz do dia, a dupla ainda não estará visível. 

No céu de São Paulo, por exemplo, eles começam a aparecer por volta das 17h40, 43º acima do horizonte na direção leste, alcançando seu ponto mais alto no céu às 20h44, 8º° acima do horizonte sul. O par continua observável até por volta das 2h da manhã do dia seguinte, antes de se pôr.

Configuração do céu no momento da conjunção entre a Lua e Saturno nesta segunda-feira (14). Crédito: SolarSystemScope

A Lua estará em magnitude de -12.7, enquanto Saturno terá uma taxa de 0.6, ambos na constelação de Aquário. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

O par estará próximo o suficiente para caber dentro do campo de visão de um telescópio, mas também será visível a olho nu ou através de um par de binóculos.

Neste mês, a Lua ainda passa por Júpiter (21) e Marte (23). Essa série de conjunções mensais ocorre porque ela orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.