Uma série de apagões afetaram 2,1 milhões de moradores em São Paulo (Imagem: Andre Deak/Flickr)
O apagão que atingiu o Estado de São Paulo na última sexta-feira (11) foi registrado do espaço por satélite da NASA. As imagens, processadas pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), mostraram a cidade antes e depois do temporal e a falta de energia também nos dias seguintes. Nesta segunda-feira (14), mais de meio milhão de casas seguem sem energia elétrica.
O temporal que atingiu São Paulo na sexta-feira (11) foi seguido de apagão que já dura mais de três dias. O satélite da NASA captou imagens mostrando a região antes das chuvas, com picos luminosos na capital. Veja:
Já no dia seguinte (12), quando o apagão cortou o fornecimento de energia de cerca de 1,5 milhão de pessoas, a região e seus arredores aparecem com luzes fracas, com algumas partes inteiramente às escuras. Veja:
No domingo (13), a energia começou a voltar para algumas residências, mas áreas inteiras continuavam às escuras. Segundo o Lapis, o registro do satélite da NASA mostra que áreas periféricas foram as mais prejudicadas. Veja:
De acordo com Humberto Barbosa, meteorologista do Lapis, o temporal foi fenômeno atípico, com junção de intensa corrente de jato de baixo nível (ou ar frio descendente) com frente fria em São Paulo (SP) e áreas da Região Metropolitana. Isso resultou na formação de tempestade em formato de curva, causando rajadas de vento intensas e muito destrutivas.
Entre a frente fria e o jato de baixos níveis, formou-se algo similar a um microciclone (mas não era um ciclone, era o núcleo de uma tempestade severa), próxima do litoral.
Humberto Barbosa, meteorologista do Lapis
Barbosa também apontou que a imagem do satélite da NASA de 11 de outubro registrou a tempestade por volta das 19h (horário de Brasília), quando ela se deslocava para o leste. Quando ela atingiu seu estágio maduro, o ar frio descendente criou as rajadas de vento.
Para ele, o motivo exato que causou o evento climático precisa ser analisado, mas pode ter relação com a umidade da atmosfera e com sistemas de baixa pressão. No primeiro caso, a mudança climática tem influência, mas requer estudo mais aprofundado para entender seu impacto.
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Esta post foi modificado pela última vez em 14 de outubro de 2024 18:11