Uma recente decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) estabeleceu que a venda de celulares pela internet deverá incluir obrigatoriamente o código de homologação da Anatel.
Essa medida surge em resposta a preocupações com a segurança dos consumidores e com a competitividade no mercado, uma vez que cerca de 25% dos celulares vendidos no Brasil são considerados irregulares, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
A decisão tem como objetivo assegurar que os dispositivos vendidos estejam em conformidade com os padrões técnicos e de segurança necessários.

A Advocacia Geral da União (AGU) argumentou que a comercialização de celulares sem a devida homologação não apenas coloca os consumidores em situação de risco, mas também cria um cenário de concorrência desleal, prejudicando empresas que seguem as normas estabelecidas. Essa nova regra é uma tentativa de proteger tanto os usuários finais quanto o mercado formal.
Riscos e concorrência desleal
- A determinação foi assinada pelo desembargador Carlos Muta e atende a um pedido da AGU.
- O órgão argumentou que a comercialização de celulares sem a devida homologação não apenas coloca os consumidores em situação de risco, mas também cria um cenário de concorrência desleal.
- Isso ocorre porque as empresas que seguem as normas de homologação arcam com custos que não são enfrentados por vendedores de produtos não regulamentados.
- A Anatel, responsável pela regulamentação, reforçou a obrigatoriedade da homologação e instituiu penalidades progressivas para aqueles que não cumprirem a nova norma.
- O objetivo é proteger os consumidores de dispositivos inseguros e garantir que as empresas que investem em conformidade sejam respeitadas no mercado.
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Importância da homologação
A homologação da Anatel é um processo fundamental que certifica que os celulares atendem aos padrões técnicos e de segurança exigidos no Brasil. Para obter essa certificação, os dispositivos passam por uma série de testes que avaliam aspectos como potência de radiofrequência, desvio de frequência do transmissor e compatibilidade eletromagnética.

Esses testes visam prevenir interferências com outros aparelhos e garantir a segurança elétrica, evitando riscos como choques e queimaduras.
Para a comercialização legal de um celular no Brasil, o fabricante ou importador deve recorrer a um Organismo de Certificação Designado (OCD), que é responsável pela certificação após realizar uma análise de gestão de qualidade e determinar os testes necessários. O selo da Anatel, que inclui o número de homologação, é o indicativo de conformidade.
Fabio Jacon, vice-presidente de Telecomunicações da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), enfatiza a importância da homologação: “Sem esse processo, os consumidores correm riscos desnecessários e o mercado formal sofre com a concorrência desleal”.