TikTok permitiu desinformação em anúncios políticos, diz estudo

Relatório revela falhas na moderação de anúncios políticos, destacando a aprovação de conteúdos enganosos pelo TikTok
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Lucas Soares 18/10/2024 14h20
Logo do TikTok em um smartphone
(Olivier Bergeron/Unsplash)
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Poucas semanas antes das eleições presidenciais dos EUA, um relatório da organização Global Witness revelou que o TikTok aprovou anúncios contendo desinformação eleitoral, apesar de sua política que proíbe anúncios políticos.

O estudo visou avaliar a eficácia dos sistemas de moderação de conteúdo das plataformas de mídia social em detectar diferentes tipos de desinformação, informa o Washington Post.

A Global Witness, que havia realizado uma investigação similar dois anos antes, observou que as empresas, especialmente o Facebook, melhoraram seus mecanismos de moderação.

No entanto, o TikTok foi criticado por aprovar quatro dos oito anúncios submetidos, que continham informações falsas sobre o processo eleitoral.

Vale ressaltar que, embora esses anúncios tenham sido aprovados inicialmente, nenhum deles foi veiculado na plataforma, já que a Global Witness os retirou antes de serem publicados.

Ben Rathe, porta-voz do TikTok, afirmou que a plataforma não permite publicidade política e se compromete a aplicar essa política de forma contínua.

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Anúncios com desinformação foram aprovados, mas não chegaram a rodar no TikTok – Imagem: Ringo Chiu/Shutterstock

Facebook e YouTube foram melhores nos testes

  • O Facebook, controlado pela Meta Platforms Inc., demonstrou um desempenho superior, aprovando apenas um dos anúncios enviados.
  • Em resposta ao relatório, a Meta mencionou que, embora considerasse a análise limitada em escopo, continuaria a avaliar e aprimorar suas políticas de moderação.
  • O YouTube, do Google, foi destacado como o melhor desempenho, pois aprovou quatro anúncios, mas não permitiu que nenhum deles fosse publicado.
  • A plataforma solicitou identificação dos testadores da Global Witness antes de autorizar a publicação dos anúncios e, ao não receber essa informação, “pausou” suas contas.
  • Contudo, o relatório não esclareceu se os anúncios teriam sido aprovados se a identificação tivesse sido fornecida.

As empresas geralmente aplicam políticas mais rigorosas para anúncios pagos em comparação com postagens regulares de usuários.

Os anúncios testados pela Global Witness continham alegações completamente falsas sobre a votação, como a possibilidade de votar online, além de informações enganosas que visavam desestimular a participação, como a exigência de testes de inglês para eleitores. Alguns anúncios também promoviam a violência e ameaças contra trabalhadores eleitorais e processos democráticos.

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Anúncios com desinformação espalhavam a possibilidade de votar onlline, entre outras mentiras – Imagem: BINK0NTAN/Shutterstock

Para complicar a detecção de desinformação, os anúncios foram apresentados em um formato chamado “algospeak”, uma técnica comum que utiliza números e símbolos como substitutos de letras para burlar os sistemas de moderação de conteúdo baseados em texto, dificultando a leitura automática do conteúdo.

Isso destaca a necessidade contínua de aprimoramento nas estratégias de moderação das plataformas digitais diante de táticas de desinformação cada vez mais sofisticadas.

Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.