Recifes de corais branqueados e mortos de Ishigaki, Okinawa, Japão, devido ao aumento da temperatura do mar. Imagem: Martin Voeller / Shutterstock
Um novo estudo liderado por cientistas do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK) revela que a Terra pode ter ultrapassado sete dos nove limites planetários que garantem a estabilidade do meio ambiente.
Segundo os pesquisadores, exceder esses limites pode desencadear catástrofes ambientais de proporções globais, como a extinção de espécies, derretimento de geleiras, desertificação de grandes áreas e perdas de ecossistemas.
Neste cenário, o aquecimento global contribui fortemente para acelerar essas transformações negativas, potencializando impactos adversos em escala global. As áreas mais preocupantes incluem mudanças no uso da terra, perda de biodiversidade e alterações climáticas.
Embora seis limites já tenham sido ultrapassados, a acidificação dos oceanos, que está próxima de ocorrer, ainda se encontra dentro dos limites seguros. A absorção de CO2 pelos oceanos aumenta sua acidez, afetando organismos marinhos que formam estruturas calcárias, como corais e moluscos.
Enquanto isso, os aerossóis na atmosfera, apesar de alterarem os padrões climáticos regionais e afetarem a saúde humana, ainda estão sendo controlados dentro de níveis seguros graças às tecnologias de controle de poluição e regulamentações mais estritas.
Além disso, a camada de ozônio, que já foi gravemente degradada, agora mostra sinais de recuperação devido a esforços internacionais significativos para reduzir substâncias nocivas, demonstrando que ainda não ultrapassou um ponto crítico de dano irreversível.
O estudo identifica várias causas diretas para a ultrapassagem dos limites, incluindo a agricultura intensiva, a poluição por nitrogênio e fósforo e a acidificação dos oceanos. Cada um desses fatores contribui para a degradação do meio ambiente de maneiras que podem ser irreversíveis se não forem controlados imediatamente.
Cerca de 90% da desflorestação entre 2000 e 2018 ocorreu devido à expansão de terras agrícolas. A cobertura florestal global é apenas 59% do que deveria ser, com a taxa ideal para florestas tropicais e boreais bem acima dos níveis atuais.
Os níveis de CO2 atingiram cerca de 422 ppm em 2024, excedendo o limite seguro de 350 ppm estabelecido para manter o equilíbrio climático. A força do aquecimento na atmosfera também ultrapassa os níveis considerados seguros, exacerbando fenômenos climáticos extremos.
A extinção de espécies continua em um ritmo alarmante, com importantes implicações para a integridade dos ecossistemas globais.
O estudo também destaca a importância de medidas urgentes para reverter essas tendências, incluindo a proteção de áreas naturais, a redução da poluição química e a gestão sustentável dos recursos hídricos. Essas ações não apenas contribuem para evitar futuras catástrofes ambientais, mas também para manter a qualidade de vida na Terra para as gerações futuras.
A pesquisa conclui que é essencial que governos, empresas e sociedades civis trabalhem juntos para desenvolver e implementar políticas que possam efetivamente endereçar esses desafios globais.
Esta post foi modificado pela última vez em 19 de outubro de 2024 11:09