Robôs controlados remotamente podem explorar a Lua e Marte

Futuros veículos lunares poderiam ser operados da Terra; primeiros testes de robótica têm sido promissores
Gabriel Sérvio21/10/2024 16h22, atualizada em 22/10/2024 21h25
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Em breve, veículos teleoperados vão trabalhar na Lua e até em Marte controlados por humanos na Terra. A novidade criada por pesquisadores do laboratório de robótica da Universidade de Bristol, na Inglaterra, permitiria manipular ferramentas virtualmente, otimizando tarefas como coletar amostras ou escavar.

Um novo sistema de teleoperações foi testado com sucesso no Centro Europeu de Aplicações Espaciais e Telecomunicações da Agência Espacial Europeia (ESA) em Harwell, Oxfordshire.

O que o sistema que controla robôs remotamente pode fazer

  • Em uma simulação virtual de um veículo de exploração espacial rover, eles conseguiram manipular um braço robótico para cavar uma amostra de regolito lunar fictício (a camada de poeira e rocha solta que cobre a superfície da Lua);
  • O processo anula a necessidade de usar feeds de câmera, que podem sofrer com atrasos de 1,3 segundo nas transmissões entre a Terra e a Lua;
  • Os sinais entre os teleoperadores e as missões robóticas na Lua poderiam, no futuro, ser retransmitidos por satélites do projeto Moonlight, planejado pela ESA (já falamos sobre o projeto aqui no Olhar Digital);
  • A simulação virtual também incorpora interações “hápticas”. Em outras palavras, ela dá ao usuário a sensação de toque, imitando as propriedades táteis de objetos como se estivessem na baixa gravidade da Lua, por exemplo;
  • Isso dá aos teleoperadores uma maior sensação de quanta força podem usar para cavar, ou para levantar uma amostra (mas ainda não funciona para tarefas mais complexas).
Processo anula a necessidade de usar feeds de câmera, que podem sofrer com atrasos nas transmissões entre a Terra e a Lua. (Imagem: Gabriel Sérvio/Criada por DALL-E/Olhar Digital)

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O sistema também pode ser usado para treinar astronautas, dando-lhes uma simulação realista do que esperar. No entanto, antes que isso aconteça, ainda há problemas de confiança a serem superados. A equipe responsável descobriu que o sistema ainda pode ser menos confiável e preciso em algumas situações.

As mesmas técnicas de teleoperação também poderiam ser usadas no futuro para missões de retorno de amostras e exploração para a Marte e outros corpos rochosos, como asteroides.

Com informações do Space

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.