Asteroide gigante pode ter feito a vida surgir na Terra

Pesquisadores encontraram evidências da colisão de um asteroide muito maior do que o que extinguiu os dinossauros
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 22/10/2024 12h22, atualizada em 22/10/2024 21h25
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A Terra era um lugar muito diferente há 3,26 bilhões de anos. Naquela época, havia pouco oxigênio na atmosfera e a vida era bastante restrita. Mas graças ao impacto de um enorme asteroide, alguns organismos começaram a prosperar.

Rocha era muito maior do que o asteroide que matou os dinossauros

  • Pesquisadores encontraram evidências da colisão entre a Terra e um asteroide apelidado de S2.
  • Esta rocha seria 200 vezes maior do que a que atingiu o nosso planeta no final do Cretáceo, resultando na extinção dos dinossauros e da maior parte da vida na Terra.
  • Entretanto, evidências geológicas encontradas no cinturão de rochas verdes de Barberton, na África do Sul, sugerem que o impacto deste asteroide trouxe consequências muito diferentes.
  • As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Ilustração de tsunami
Colisão causou um enorme tsunami (Imagem: FOTOKITA/Shutterstock)

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Devastação criou ambiente para proliferação da vida

De acordo com os cientistas, a colisão desencadeou um enorme tsunami, aqueceu a atmosfera, ferveu a camada superior do oceano e cobriu a Terra com uma nuvem de poeira. A devastação foi imensa, mas amostras de rochas da África do Sul revelaram que os microrganismos foram capazes de superar este desastre.

O impacto do asteroide liberou grandes quantidades de ferro do oceano profundo. Já o tsunami trouxe este material para as áreas costeiras. Ao mesmo tempo, a rocha espacial trouxe fósforo para o nosso planeta, um elemento muito importante no metabolismo dos organismos vivos.

Representação artística de um asteroide passando perto da Terra.
Representação artística de um asteroide se aproximando da Terra (Imagem: Dima Zel/Shutterstock)

De acordo com o estudo, após o impacto, as bactérias metabolizadoras de ferro teriam prosperado, mesmo que por um curto período de tempo. Isso permitiu que a vida florescesse na Terra.

A equipe encontrou evidências de pelo menos oito impactos, incluindo o do S2, no Cinturão de Rochas Verdes de Barberton, na África do Sul. Agora, os pesquisadores querem ampliar as análises na área para entender melhor outros efeitos destas colisões.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.