Dengue: ensaio clínico de remédio oral recebe autorização da Anvisa

Ensaio vai testar eficácia e segurança da substância em pacientes portadores da doença, além de entender como o corpo o absorve, distribui, metaboliza e o elimina
Rodrigo Mozelli22/10/2024 23h09, atualizada em 23/10/2024 21h25
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Na segunda-feira (21), a Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) autorizou o ensaio clínico Fase 2a do medicamento oral EYU688, criado para combater a dengue.

Pessoa com manchas na pele sendo examinada
Serão estudados 38 pacientes no novo ensaio clínico (Imagem: Shutterstock)

Ensaio clínico autorizado para novo remédio contra dengue

  • O ensaio vai testar eficácia e segurança do remédio em pacientes portadores da doença, além de tentar entender como o corpo humano o absorve, distribui, metaboliza e o elimina;
  • A etapa é patrocinada pela Novartis Biociências, farmacêutica localizada em São Paulo;
  • E não é só no Brasil que o ensaio clínico do EYU688 está sendo realizado. Cingapura, Índia, Malásia e Vietnã são outros países que estão analisando a eficácia da medicação e como o corpo reage a ele;
  • Por aqui, nesta etapa, serão 38 pacientes analisados. Eles serão selecionados em centros de pesquisa clínica em algumas cidades do País:
    • Serão sete em Brasília (DF), 17 em Sorocaba (SP) e São José do Rio Preto (SP), sete em Manaus (AM) e outros sete no Rio de Janeiro (RJ).

Como funciona a pesquisa do medicamento

Segundo a Anvisa, a Fase 2a é randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Ou seja, metade receberá o placebo e, a outra metade, o EYU688, sem que participantes e pesquisadores saiba quem recebeu o quê. Desta forma, é possível analisar a eficácia do remédio quando comparado ao placebo.

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Além do Brasil, outros quatro países estão testando medicamento (Imagem: Jarun Ontakrai/Shutterstock)

A agência também informou que a documentação técnico-científica apresentada pela Novartis Biociências foi rigorosamente estudada. Ela incluiu estudos pré-clínicos (aqueles realizados em ambiente laboratorial em animais) e clínicos. Após a análise, a instituição chegou à conclusão de que os benefícios potenciais da mediação superam os riscos.

“Essa aprovação representa um passo importante para encontrar novas alternativas no tratamento da dengue, uma doença que afeta milhões de pessoas e carece de opções terapêuticas eficazes, além do manejo sintomático”, disse a Anvisa.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.