Plástico elétrico pode revolucionar implantes e wearables; entenda

Novo plástico elétrico tem automontagem e pode ajudar no tratamento de quadros como a paralisia crônica; veja mais detalhes
Ana Julia Pilato23/10/2024 15h23, atualizada em 24/10/2024 21h23
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Um novo plástico elétrico criado com peptídeos e polímeros pode revolucionar as tecnologias atuais de wearables, implantes e sistemas de interface neural. O material foi detalhado recentemente em um artigo na revista Nature, e promete armazenar energia e registrar informações.

Entenda:

  • Um plástico elétrico pode revolucionar a criação de wearables, implantes e sistemas de interface neural;
  • O material criado por uma equipe da Northwestern University combina fluoreto de polivinilideno (PVDF) – um plástico macio com propriedades ferroelétricas – e peptídeos;
  • O processo de automontagem é ativado com água, e cria um material condutor flexível;
  • Uma das possíveis aplicações do plástico é no estímulo de neurônios para tratar paralisia crônica;
  • A equipe acredita que a criação ainda possa ir além do PVDF.
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Plástico elétrico pode revolucionar tecnologia de wearables. (Imagem: Melike Benli/Pexels)

Pesquisadores da Northwestern University tiveram como ponto de partida o fluoreto de polivinilideno (PVDF), plástico macio comumente usado em eletrônicos. O material, entretanto, tem propriedades ferroelétricas (polarização espontânea em contato com um campo elétrico externo) bastante instáveis.

Leia mais:

Plástico elétrico pode tratar paralisia crônica

Para melhorar a estabilidade do fluoreto de polivinilideno, a equipe combinou peptídeos a pequenos segmentos de PVDF, criando longas fitas de um material condutor flexível. Tudo isso com um processo de automontagem que usa apenas água para ser ativado.

implante cerebral
Implantes com o plástico elétrico podem tratar paralisia crônica. (Imagem: metamorworks/Shutterstock)

Comparado a outros materiais ferroelétricos, o novo plástico demanda 100 vezes menos voltagem para alternar sua polarização, além de reter suas propriedades em temperaturas de até 110°C. Como explica Samuel Stupp, líder do estudo, à Science, uma das aplicações do plástico é no estímulo de neurônios para tratar paralisia crônica.

Até o momento, o plástico elétrico só passou por avaliações em pequena escala, mas Stupp já se mostra otimista. “Este artigo tem um conceito muito mais amplo do que apenas PVDF. Provavelmente há outras possibilidades.”

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.