Vida extraterrestre pode ser um pouco diferente do que esperamos, diz estudo

Cientistas exploraram a possibilidade de que formas de vida poderiam sobreviver no espaço sem a necessidade de estarem num mundo rochoso
Por Pedro Spadoni, editado por Bruno Capozzi 26/10/2024 14h05, atualizada em 29/11/2024 21h10
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

E se a vida alienígena não precisasse de um planeta para se sustentar? Em um estudo recente, cientistas exploraram a possibilidade de que formas de vida poderiam sobreviver no espaço sem a necessidade de um mundo rochoso para chamar de lar.

A pesquisa, publicada recentemente na revista Astrobiology, desafia a suposição básica de que vida alienígena deve obrigatoriamente depender de um planeta igual ou parecido à Terra para sobreviver.

Assim como astronautas vivem no espaço, vida alienígena (simples) poderia prosperar

A Terra, com sua atmosfera protetora, poço gravitacional e abundância de elementos químicos, é o modelo para nossas buscas por vida Universo afora. Mas os pesquisadores sugerem que, assim como astronautas podem viver no espaço com o apoio de suprimentos, organismos mais simples podem prosperar no vácuo.

Ilustração da Terra vista do espaço, com destaque para a atmosfera
Terra é modelo para buscas por vida no Universo, mas outros são possíveis (Imagem: Dima Zel/Shutterstock)

Como? Os principais desafios apontados pela pesquisa são:

  • Para sobreviver no espaço, qualquer comunidade biológica precisaria enfrentar desafios como manter a pressão interna e regular a temperatura;
  • Os cientistas acreditam que uma membrana ou casca poderia estabilizar a pressão, enquanto o controle seletivo da absorção de luz permitiria a regulação térmica;
  • Também seria necessário lidar com a perda de elementos leves e obter recursos essenciais, como carbono e oxigênio, possivelmente de asteroides.

Leia mais:

Pesquisa abre caminhos para sustentar vida no espaço em ambientes diferentes da ISS, por exemplo (Imagem: Artsiom P/Shutterstock)

A ideia explorada na pesquisa é uma colônia biológica flutuando livremente no espaço, com uma casca transparente que estabilizaria sua água interna e manteria as condições ideais para a vida.

  • Com um diâmetro de até 100 metros, essa estrutura poderia ser contida por materiais desenvolvidos por meio de bioengenharia que criariam um ambiente autossustentável.

Embora não se saiba (ainda) se tais organismos realmente existem, essa pesquisa abre possibilidades para a exploração espacial, conforme apontado pelo site Space. Em vez de dependermos de habitats metálicos e suprimentos enviados da Terra, futuros empreendimentos humanos podem criar ecossistemas capazes de se manter por conta própria no vasto espaço sideral.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.