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Efeito apagão cibernético: Delta Airlines processa CrowdStrike

Na última sexta-feira (25), a Delta Airlines, companhia aérea dos Estados Unidos, entrou com processo contra a CrowdStrike por quebra de contrato e negligência após o apagão cibernético ocorrido em julho.

Foram milhões de computadores que ficaram fora do ar e sete mil voos cancelados (incluindo, claro, vários da Delta Airlines).

Delta Airlines quer ressarcimento pelo apagão cibernético

  • Segundo a CNBC, a Delta não se recuperou tão bem e tão rapidamente como outras companhias aéreas;
  • A empresa estadunidense reduziu sua receita em US$ 380 milhões (R$ 2,16 bilhões, na conversão direta) e teve US$ 170 milhões (R$ 970,52 milhões) em custos;
  • Dias após o ocorrido, a Delta contratou um advogado para pedir indenização junto à CrowdStrike;
  • No processo, a companhia aérea quer indenização para cobrir suas perdas, bem como custos de litígio e danos punitivos.

Empresa de segurança cibernética CrowdStrike está envolvida no apagão (Imagem: T. Schneider/Shutterstock)

Segundo a Delta, “a CrowdStrike causou catástrofe global porque cortou caminho, pegou atalhos e contornou os próprios processos de teste e certificação que anunciava, para seu próprio benefício e lucro. Se a CrowdStrike tivesse testado a atualização defeituosa em pelo menos um computador antes da implantação, o computador teria travado”.

No processo, a companhia aérea alega que chegou a desabilitar as atualizações automáticas da CrowdStrike, mas, que, mesmo assim, elas chegaram em seus computadores. A Delta disse, ainda, que o software Falcon, da empresa de segurança cibernética, criou e explorou porta não autorizada no Windows, algo que a companhia aérea disse não ter permitido.

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Em entrevista à CNBC, o CEO da Delta, Ed Bastian, reforçou o coro. “O caos que foi criado merece, na minha opinião, ser totalmente compensado”, opinou. Do lado da CrowdStrike, o CEO da empresa, George Kurtz, pediu desculpas pelo incidente, comprometendo-se a mudar suas práticas visando evitar que o apagão cibernético ocorra novamente.

Em setembro, Microsoft e CrowdStrike participaram, ao lado de outros fornecedores de segurança de endpoint, de uma cúpula, na qual discutiram diversos aprimoramentos em potencial para o sistema da empresa de cibersegurança.

Ed Bastian fez coro à declaração da Delta (Imagem: lev radin/Shutterstock)

À CNBC, um porta-voz da CrowdStrike disse que, “embora tenhamos como objetivo chegar a uma resolução empresarial que coloca os clientes em primeiro lugar, a Delta escolheu um caminho diferente. As alegações da Delta são baseadas em informações falsas refutadas, demonstram falta de compreensão de como a segurança cibernética moderna funciona e refletem tentativa desesperada de transferir a culpa por sua lenta recuperação para longe de sua falha em modernizar sua infraestrutura de TI antiquada”.

Esta post foi modificado pela última vez em 27 de outubro de 2024 20:17

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Publicado por
Rodrigo Mozelli