A crise da Volkswagen está cada vez mais profunda e está fazendo a empresa planejar fechar pelo menos três fábricas na Alemanha. A decisão também traria impactos para dezenas de milhares de funcionários da tradicional montadora.
A chefe do conselho de trabalhadores da VW, Daniela Cavallo, confirmou a possibilidade de cortes num futuro próximo. Segundo declaração dela dada nesta segunda-feira (28), a “gerência está levando tudo isso absolutamente a sério”.
Governo da Alemanha pediu que funcionários sejam protegidos
Maior montadora de automóveis da Europa, a Volkswagen vem discutindo há semanas com sindicatos a reestruturação de negócios e redução de custos da empresa. Isso inclui o fechamento de fábricas na Alemanha pela primeira vez na história da companhia.

A montadora não detalhou quais fábricas podem ser afetadas ou quantos dos cerca de 300 mil trabalhadores podem ser demitidos. Cavallo afirmou que há um acordo entre os trabalhadores e a diretoria com relação à natureza dos problemas, mas existe um grande distância sobre os temores dos profissionais.
A crise é tão aguda que mobiliza também o governo da Alemanha. Um porta-voz do chanceler Olaf Scholz disse que Berlim está ciente das dificuldades da Volkswagen e que permanece em estreito diálogo com a empresa e com os representantes dos trabalhadores. No entanto, destacou que os funcionários não devem ser prejudicados por problemas de gestão da empresa e que “o objetivo agora é manter e garantir os empregos”. As informações são da Reuters.
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Empresa está perdendo espaço para os concorrentes
- No ano passado, a Volkswagen fabricou cerca de 9 milhões de veículos, bem menos do que os 14 milhões previstos na capacidade total da montadora.
- Em comunicado recente, a VW afirmou que “o ambiente econômico tornou-se ainda mais difícil e novos players estão entrando na Europa”.
- A empresa se refere especialmente à BYD e outras marcas chinesas que oferecem produtos mais baratos.
- Ao mesmo tempo, a alemã perdeu força em seu maior mercado, a China, com sua linha de modelos elétricos ficando muito atrás dos concorrentes.
- E ainda está enfrentando um aumento dos custos de logística, energia e mão-de-obra, com a margem da marca caindo para 2,3% durante o primeiro semestre deste ano, em comparação com 3,8% no ano anterior.
- No total, a VW emprega cerca de 650 mil funcionários em todo o mundo, dos quais quase 300 mil estão na Alemanha.
- Em meio ao cenário de crise, a empresa estuda fechar algumas fábricas.