Europa: avanço das IAs gera novos desafios para alcançar metas ambientais

A pressão por eficiência energética aumenta à medida que a demanda por chips potentes impulsiona uma transformação nos data centers europeus
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 29/10/2024 19h21
data center
IA vem fazendo com que mais recursos e hardware sejam utilizados para suprir a demanda cada vez maior(Imagem: Caureem/Shutterstock)
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O crescimento da inteligência artificial (IA) está forçando uma mudança nas operações de data centers, à medida que desenvolvedores europeus enfrentam pressão para reduzir a temperatura da água utilizada em suas instalações, que consomem muita energia para operar chips potentes, como os da Nvidia.

Um estudo do Goldman Sachs prevê que a demanda por data centers aumentará em 160% até 2030, um crescimento que pode comprometer as metas de descarbonização da Europa.

Os chips de alta potência, ou GPUs, são essenciais para treinar modelos de linguagem, mas geram mais calor, exigindo água mais fria para resfriamento.

Os data centers podem consumir até 120 quilowatts por metro quadrado, equivalente ao consumo de energia de até 25 casas. Especialistas como Andrey Korolenko, da Nebius, destacam que a necessidade de soluções de resfriamento eficientes se torna ainda mais crítica.

As informações são da CNBC.

Leia mais:

Michael Winterson, da European Data Center Association, advertiu que a redução da temperatura da água pode levar a uma situação insustentável, lembrando a práticas anteriores que não priorizavam a sustentabilidade.

Mulher analisando data center de inteligência artificial
Equilíbrio entre sustentabilidade e consumo de energia dos data centers ainda precisa ser encontrado (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Demanda energética dos data centers vai crescendo

  • O consumo de energia dos data centers já era uma preocupação, com a Comissão Europeia buscando reduzir o uso de energia em 11,7% até 2030.
  • Contudo, a demanda impulsionada pela IA pode aumentar esse número em até três vezes em alguns países.
  • Winterson apontou que as exigências de resfriamento para chips de IA podem ser incompatíveis com as novas diretrizes de eficiência energética da UE.

A empresa Schneider Electric, que frequentemente colabora com a UE, está explorando maneiras de obter energia primária para data centers de IA. O presidente da Equinix, Ferhan Gunen, também comentou que os clientes estão buscando aumentar a densidade de servidores, o que requer mais energia e resfriamento.

Apesar dos desafios, a Nvidia anunciou que sua nova arquitetura de GPU permitiria a execução de IA generativa de forma mais eficiente.

A Nebius planeja ser uma das primeiras a implementar essa tecnologia em 2025, comprometendo-se a investir mais de US$ 1 bilhão em infraestrutura de IA na Europa até 2024. No geral, a eficiência energética continua sendo uma prioridade, enquanto o setor luta para se adaptar às crescentes demandas digitais.

Governo de São Paulo e Suécia juntos em estudo para a descarbonização do transporte
A Europa tem metas de descarbonização que podem ficar mais difíceis de serem batidas devido ao crescimento do gasto de energia dos data centers – Imagem: 3rdtimeluckystudio/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.