Rochas mais antigas da Terra podem confirmar a existência de matéria escura

Uma equipe de cientistas sugeriu que há grandes chances de que as rochas antigas da Terra tenham colidido com a matéria escura no passado
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Ignacio de Lima 04/11/2024 11h10, atualizada em 05/11/2024 21h16
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A matéria escura é um componente misterioso do universo que não emite, absorve nem reflete luz. Isso significa que ela é completamente invisível aos nossos telescópios e outros instrumentos ópticos. Mesmo assim, acredita-se que pode constituir grande parte da matéria existente.

Em função da dificuldade para observar estas partículas misteriosas, cientistas agora estão recorrendo a uma abordagem diferente. A ideia é procurar vestígios da matéria escura nas rochas mais antigas existentes no nosso planeta.

Interação com a matéria escura teria provocado anomalias e imperfeições nas rochas

  • Como a Terra tem bilhões de anos, alguns cientistas acreditam que há uma grande chance de que rochas antigas na crosta terrestre tenham colidido em algum momento com a matéria escura.
  • Se isso de fato tiver acontecido, deve ser possível observar núcleos que foram deslocados, deixando anomalias e imperfeições na estrutura cristalina dos minerais.
  • Com este objetivo, pesquisadores estão construindo um novo laboratório onde usarão técnicas sofisticadas de imagem para procurar esses rastros de destruição deixados dentro de rochas antigas.
  • As informações são do IFLScience.
Rochas da crosta terrestre serão analisadas pela equipe (Imagem: Simon Bratt/Shutterstock)

Leia mais

Experimento pode acabar com um dos maiores mistérios do universo

A proposta sugerida funciona da seguinte forma. Os pesquisadores irão analisar as rochas antigas do nosso planeta e subtrair todos os fenômenos conhecidos pela ciência. Em outras palavras, eles querem fazer uma espécie de pente-fino nos minerais.

Aquilo que sobrar, e que será, portanto, desconhecido, pode ser resultado da interação coma a matéria escura, explicam os cientistas. No entanto, a ideia parece não ser uma unanimidade. Isso porque identificar os traços e padrões deixados por outras fontes de radiação será um grande desafio.

Mais informações sobre a matéria-escura poderiam ser reveladas se o James Webb procurasse por galáxias anãs brilhantes (Crédito: Artsiom P/ Shutterstock)
Matéria escura é completamente invisível aos nossos telescópios (Imagem: Artsiom P/ Shutterstock)

Atualmente, a equipe está conduzindo uma série de testes usando fluoreto de lítio sintético para obter imagens dos rastros de partículas atribuíveis aos raios cósmicos, que devem ser subtraídos para isolar os ecos das colisões de matéria escura. Não existe um prazo para a finalização deste trabalho.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia. Atualmente, é editor de Dicas e Tutoriais no Olhar Digital.