Os livros de química devem mudar com essa nova descoberta

Uma regra da química que fazia parte dos livros didáticos desde 1924 foi refutada após experimento de cientistas
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 05/11/2024 16h04, atualizada em 04/01/2025 16h25
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Imagem: Media Home/Shutterstock
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A ciência está em constante atualização. A cada nova descoberta nossa compreensão sobre o mundo aumenta e, algumas vezes, verdades do passado deixam de fazer sentido, sendo substituídas por novas regras.

É exatamente o que está acontecendo no campo da química. A Regra de Bredt, que trata da ligação entre átomos de carbono e é usada no desenvolvimento de remédios e outras substâncias por químicos e farmacêuticos do mundo todo, foi refutada pelos cientistas.

Conceito fazia parte dos livros didáticos de química desde 1924

  • A regra de Bredt é considerada muito importante para o estudo de algumas moléculas orgânicas, especialmente as olefinas, também chamadas de alcenos.
  • Elas são compostas de ligações duplas entre dois átomos de carbono, geralmente tendo uma estrutura planar e chata.
  • Segundo a regra, não seria possível ter uma ligação dupla de carbonos na cabeça-de-ponte, lugar onde uma molécula bicíclica se liga.
  • No entanto, Neil Garg, renomado professor de bioquímica e química na Universidade da Califórnia, provou que isso estava errado.
  • A descoberta foi descrita em um novo estudo publicado na revista Science.
Novo estudo refutou teoria antiga (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

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Descoberta abre novas possibilidades para os cientistas

De acordo com a regra antiga, uma ligação dupla iria torcer a molécula de maneiras muito instáveis, levando ao seu colapso rápido e inviabilizando tal organização. Em razão disso, cientistas nem tentavam explorar olefinas “anti-Bredt” (ABO), nome das moléculas que vão contra o conceito.

Mas a equipe do cientista resolveu topar este desafio. Os pesquisadores incluíram um outro composto químico, “prendendo” as moléculas e impedindo que elas se desestabilizassem. Isso permitiu estudá-las e até mesmo criar novos compostos.

Descoberta muda o entendimento da ciência sobre o assunto (Imagem: Davizro Photography/Shutterstock)

A descoberta pode ser utilizada pela indústria farmacêutica na criação de novos remédios. Além disso, os cientistas podem explorar vários compostos que simplesmente eram descartados no passado em função de irem contra a regra.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.