Conheça a tecnologia que promete melhorar nossa memória

Abordagem não invasiva desenvolvida em novo estudo poderia tratar declínios cognitivos, como casos de demência e lesões cerebrais
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 06/11/2024 04h56
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Imagem: EPFL
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Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça conhecido como EPFL, desenvolveram uma abordagem inovadora para melhorar a memória espacial, essencial para atividades cotidianas como lembrar onde estão os objetos, combinando realidade virtual (RV) com estimulação elétrica não invasiva no cérebro.

Esse método tem grande potencial para tratar o declínio cognitivo causado por doenças como demência ou lesões cerebrais, sem a necessidade de medicamentos ou cirurgia. O estudo está publicado na revista Science Advances.

A memória espacial, que nos ajuda a lembrar a localização de objetos, é frequentemente afetada pelo envelhecimento e por distúrbios neurodegenerativos.

Para melhorar essa habilidade, os cientistas usaram a técnica de estimulação elétrica de interferência temporal transcraniana (tTIS), aplicada ao hipocampo e ao complexo entorrinal, áreas do cérebro responsáveis por essa memória.

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Com quatro eletrodos, os pesquisadores estimularam essas regiões enquanto os participantes, usando óculos de realidade virtual, navegavam por ambientes virtuais.

Estudo usou técnica de estimulação elétrica com eletrodos e óculos de realidade virtual para tentar turbinar a memória dos participantes – Imagem: Bits And Splits/Shutterstock

Descobertas do estudo

  • Os resultados mostraram uma melhora significativa no desempenho dos participantes, que foram capazes de recordar mais rapidamente os locais e marcos no ambiente virtual.
  • Isso sugere que a estimulação elétrica pode aumentar temporariamente a plasticidade cerebral, melhorando a navegação espacial quando combinada com o treinamento em realidade virtual.
  • A técnica promete ser uma solução não invasiva para o tratamento de pacientes com comprometimento cognitivo, como aqueles que sofreram lesões cerebrais traumáticas ou têm demência.

O estudo abre caminho para futuras terapias direcionadas, que podem melhorar a memória e habilidades espaciais sem recorrer a métodos invasivos.

Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.