Obra de arte criada por robô humanoide é vendida por milhões

Considerado um marco na história da arte moderna e contemporânea, este foi o primeiro leilão de uma obra de arte criada por um robô humanoide
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 08/11/2024 09h39, atualizada em 08/11/2024 21h06
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O avanço da tecnologia é impressionante e pode ser dividido em diversas áreas. Uma das mais entusiasmantes diz respeitos aos robôs. Cada vez mais estes dispositivos apresentam capacidades incríveis, inclusive na criação de uma obra de arte.

Neste contexto, a mais nova conquista foi a realização do primeiro leilão de um retrato criado por um robô. O valor ultrapassou o preço estabelecido pela casa de leilões Sotheby’s Digital Art Sale, de US$ 180 mil (cerca de um milhão de reais).

Leilão é considerado histórico

  • A obra foi criada pelo robô ultra-realista Ai-Da e intitulada “A.I. God”.
  • Com 2,2 metros de altura, ela é um retrato do matemático inglês Alan Turing.
  • O preço da venda impressiona: US$ 1,08 milhão (R$ 6,15 milhões).
  • A venda “é um marco na história da arte moderna e contemporânea e reflete a interseção crescente entre a tecnologia de IA e o mercado de arte global”, ressaltou a Sotheby’s.
Retrato criado por robô humanoide foi vendido por valor impressionante (Imagem: divulgação/Sotheby’s Digital Art Sale)

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Com formato de mulher, o robô humanoide Ai-Da foi projetado pelo especialista em arte moderna e contemporânea Aidan Meller. A máquina é capaz de gerar ideias por meio de conversas com membros do estúdio, e foi dela a sugestão de criar um retrato de Alan Turing.

Os membros do estúdio lhe perguntaram sobre o estilo, a cor, o conteúdo, tom e a textura que usaria. Depois, colocaram uma foto do famoso matemático na frente das câmeras dos seus olhos e o robô produziu a pintura.

Robô humanoide Ai-Da criou o retrato (Imagem: divulgação/Sotheby’s Digital Art Sale)

Turing, que se tornou famoso como matemático, pioneiro da informática e criptógrafo durante a Segunda Guerra Mundial, havia expressado suas preocupações relacionadas ao uso da inteligência artificial já na década de 1950. E isso não ficou de fora da obra.

Segundo Meller, “os tons apagados e os planos faciais quebrados” da obra parecem evocar os problemas que Turing alertou que enfrentaríamos no gerenciamento da IA. Ela prosseguiu afirmando que o trabalho do Ai-Da é “etéreo e perturbador”, e “continua questionando aonde nos levará o poder da IA e a corrida global para aproveitar o seu potencial”.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.