Estudo: ChatGPT superou médicos em diagnósticos

Pesquisa ainda mostra que médicos não aproveitaram plenamente as capacidades do chatbot, preferindo confiar em seus próprios diagnósticos
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 19/11/2024 03h10
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Imagem: Tada Images/Shutterstock
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O Dr. Adam Rodman, especialista em medicina interna no Beth Israel Deaconess Medical Center, esperava que o ChatGPT ajudasse os médicos a diagnosticar doenças, mas os resultados de um estudo que ele ajudou a projetar surpreenderam-no, como contado em uma matéria do jornal The New York Times.

O Dr. Rodman acreditava que os chatbots criados para usar inteligência artificial ajudariam os médicos a diagnosticar doenças, mas a diferença foi mínima. E, para a surpresa dos pesquisadores, o ChatGPT sozinho superou os médicos.

Embora o ChatGPT tenha superado os profissionais ao diagnosticar condições médicas, os médicos que usaram o chatbot com recursos tradicionais tiveram um desempenho apenas ligeiramente melhor do que aqueles sem o chatbot. Em média, o chatbot obteve 90% de precisão, enquanto os médicos alcançaram 76% (com o chatbot) e 74% (sem ele).

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Imagem para ilustrar tutorial sobre o ChatGPT
Pesquisa registrou que a IA apresentou maior precisão do que os médicos (Imagem: Koshiro K/Shutterstock.com)

Mas, atenção! Isso não significa, de maneira alguma, que devemos substituir um diagnóstico médico pelo ChatGPT ou qualquer chatbot de IA. Os modelos de linguagem continuam sujeitos a falhas, e um profissional da saúde deve sempre ser procurado quando necessário.

Médicos ignoraram o ChatGPT

  • O estudo revelou que muitos médicos se apegaram a seus próprios diagnósticos, ignorando as sugestões do chatbot, mesmo quando estas eram mais precisas.
  • Além disso, os médicos não exploraram plenamente o potencial da ferramenta, tratando-a apenas como um mecanismo de busca, em vez de utilizá-la para uma análise mais profunda dos casos.
  • O experimento, publicado no JAMA Network Open, envolveu 50 médicos testados com seis casos clínicos complexos.
  • Embora o ChatGPT tenha sido mais eficaz ao diagnosticar e explicar os casos, muitos médicos não souberam aproveitar suas capacidades completas, limitando o impacto da inteligência artificial no diagnóstico médico.

Os resultados levantam questões sobre como os médicos utilizam tecnologias de IA e sobre a confiança excessiva que podem ter em seus próprios julgamentos. Apesar disso, especialistas acreditam que a IA tem o potencial de atuar como uma “segunda opinião” valiosa, se usada corretamente.

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Médicos não exploraram todo o potencial do ChatGPT para o diagnóstico de doenças – Imagem: Alex Photo Stock/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.