ISS precisa ser reposicionada para desviar de lixo espacial

Uma manobra de emergência se fez necessária para tirar a Estação Espacial Internacional da rota de colisão com pedaço de lixo
Flavia Correia20/11/2024 17h04, atualizada em 27/11/2024 15h04
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Representação artística da Estação Espacial Internacional em rota de colisão com detritos espaciais. Créditos: Paopano/Dotted Yeti - Shutterstock. Edição: Olhar Digital
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São chamados de lixo espacial todos os objetos de construção humana que estão em órbita ao redor da Terra, mas que já não cumprem mais nenhuma função útil. Entre eles estão restos de foguetes deixados para trás após lançamentos ou satélites desativados – como o que estava em rota de colisão com a Estação Espacial Internacional (ISS), exigindo uma manobra para desviar do detrito.

Em um comunicado, a NASA informou que uma nave de carga russa Progress acoplada à ISS precisou disparar seus propulsores por pouco mais de cinco minutos na terça-feira (19), às 17h09 (horário de Brasília), para reajustar a órbita da estação. De acordo com a agência, o objetivo era garantir que o laboratório orbital fosse desviado de um fragmento de lixo espacial que representava um risco de impacto. 

Estação Espacial Internacional fotografada em novembro de 2021 por uma espaçonave da SpaceX. Crédito: NASA/SpaceX

Denominada “Manobra de Prevenção de Detritos Pré-determinada” (PDAM), a operação foi conduzida em coordenação com a NASA, Roscosmos e outros parceiros da estação espacial. O fragmento em questão pertencia a um satélite meteorológico de defesa, desativado em 2015.

Caso a manobra não tivesse sido realizada, autoridades de balística calcularam que o detrito poderia ter se aproximado a quase quatro quilômetros da estação.

Estima-se que uma tonelada de lixo espacial atravesse a atmosfera da Terra a cada semana. Crédito: Christoph Burgstedt – Shutterstock

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Estação já precisou desviar de lixo espacial quase 40 vezes

Segundo a NASA, a ISS já realizou 38 manobras evasivas desde 1999 – e esse número tem aumentado consideravelmente com o passar dos anos, à medida que a órbita baixa da Terra se torna mais saturada de satélites e destroços. Em março de 2023, por exemplo, a estação teve que desviar duas vezes em apenas uma semana.

A manobra mais recente ocorreu na véspera de um dia memorável para a ISS. Em 20 de novembro de 1998, foi lançada sua primeira peça – o módulo russo Zarya, que deu início à construção da maior estrutura que a humanidade já colocou no espaço.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.